O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Roteiro — Emmanuel


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Além da morte n

1 O reino da vida, além da morte, não é domicílio do milagre.

2 Passa o corpo, em trânsito para a natureza inferior que lhe atrai os componentes, entretanto, a alma continua na posição evolutiva em que se encontra.

3 Cada inteligência apenas consegue alcançar a periferia do círculo de valores e imagens dos quais se faz o centro gerador.

4 Ninguém pode viver em situação que ainda não concebe.

5 Dentro da nossa capacidade de autoprojeção, erguem-se os nossos limites.

6 Em suma, cada ser apenas atinge a vida, até onde possa chegar a onda do pensamento que lhe é próprio.

7 A mente primitivista de um mono, transposto o limiar da morte, continua presa aos interesses da furna que lhe consolidou os hábitos instintivos.

8 O índio desencarnado dificilmente ultrapassa o âmbito da floresta que lhe acariciou a existência.

9 Assim também, na vastíssima fauna social das nações, cada criatura dita civilizada, além do sepulcro, circunscreve-se ao círculo das concepções que, mentalmente, pode abranger.

10 A residência da alma permanece situada no manancial de seus próprios pensamentos.

11 Estamos naturalmente ligados às nossas criações.
Demoramo-nos onde supomos o centro de nossos interesses.

12 Facilmente explicável, assim, a continuidade dos nossos hábitos e tendências, além da morte.

13 A escravidão ou a liberdade residem no imo de nosso próprio ser.

14 Corre a fonte, sob a emanação de vapores da sua própria corrente.

15 Vive a árvore rodeada pelos fluidos sutis que ela mesma exterioriza, através das folhas e das resinas que lhe pendem dos galhos e do tronco.

16 Permanece o charco debaixo da atmosfera pestilencial que ele mesmo alimenta, e brilha o jardim, sob as vagas do perfume que produz.

17 Assim também a Terra, com o seu corpo ciclópico, arrasta consigo, na infinita paisagem cósmica, o ambiente espiritual de seus filhos.

18 Atravessado o grande umbral do túmulo, o homem deseducado prossegue reclamando aprimoramento.

19 A criatura viciada continua exigindo satisfação aos apetites baixos.

20 O cérebro desvairado, entre indagações descabidas, não foge, de imediato, ao poço de obscuridades em que se submergiu.

21 E a alma de boa vontade encontra mil recursos para adiantar-se na senda evolutiva, amparando o próximo e descobrindo na felicidade dos outros a própria felicidade.

22 Em razão das leis que nos governam a vida, nem sempre o mensageiro que regressa do país da morte procede de Planos superiores e nem a mediunidade será sinônimo de sublimação.

23 Determinadas inteligências desencarnadas se comunicam com determinados instrumentos mediúnicos.

24 Os habitantes de outras Esferas buscam no mundo aqueles com os quais simpatizam e a mente encarnada aceita a visita das entidades com as quais se afina.

25 A necessidade do Evangelho, portanto, como estatuto de edificação moral dos fenômenos espíritas, é impositivo inadiável. Com a Boa Nova, no mundo abençoado e fértil da nossa Doutrina de luz e amor, possuímos a estrada real para a nossa romagem de elevação.


Emmanuel



[1] [O Livro dos Espíritos, 68-70]


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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