1 Muita gente perdoa, no entanto, não compreende, e muita gente compreende, todavia, não perdoa.
2 Muitos companheiros se alheiam às ofensas recebidas, procurando esquecê-las, mas querem distância daqueles que as formulam, sem lhes entender as dificuldades, e outros muitos compreendem aqueles que os molestam, entretanto, não lhes desculpam os gestos menos felizes.
3 Perdoar e compreender, porém, são complementos do amor e impositivos do aceitar os nossos companheiros da Humanidade, tais quais são.
4 Reflitamos nisso, reconhecendo que o entendimento e a tolerância que os outros solicitam de nós são a tolerância e o entendimento de que nós todos necessitamos deles.
5 É possível que nos haja ferido e igualmente provável tenhamos ferido a outrem.
6 Alguém terá errado contra nós e teremos decerto errado contra alguém.
7 Pondera isso e compadece-te de todos os ofensores.
8 Quem te prejudica talvez age sob a ação compulsiva da necessidade; quem te menospreza, possivelmente sofre a influência de transitórios enganos; aquele que te esquece com aparente descaso estará enfermo da memória, e aquele outro ainda que te golpeia evidentemente procede sob a hipnose da obsessão.
9 Nunca te revoltes, nem desanimes. Faze o bem, olvidando o mal.
10 Desculpemos quaisquer faltas, compreendendo os autores delas, e compreendamos os nossos irmãos em falta, desculpando a todos eles.
11 Todos somos filhos de Deus e Espíritos eternos, em burilamento incompleto.
12 O amparo espiritual que doemos agora, a favor de alguém, será o amparo espiritual de que precisaremos todos da parte de outro alguém.
13 Quando Jesus nos adverte: “perdoa setenta vezes sete vezes a teu irmão”, ( † ) claramente espera venhamos a compreender outras tantas.
Emmanuel