1 Ai de quem busca o deserto
De torturas, de descrença:
Morrer é sentir, de perto,
A vida profunda e imensa.
2 Depois da miséria humana
Sobre a terra transitória,
Lastimo quanto se engana
O ouro da falsa glória.
3 Dinheiro do mundo vão,
Mentiras da vaidade,
Não trazem ao coração
A luz da felicidade.
4 Bem pobre é a cabeça tonta
Dos perversos e usurários,
Que morrem fazendo conta
Nas cruzes de seus rosários.
5 É ditosa no caminho,
Alegre como ninguém,
A mão terna do carinho
Que vive espalhando o bem.
6 Angústias, derrotas, danos,
Tudo isso tenho visto.
Só não vejo desenganos
Na estrada de Jesus-Cristo.
Belmiro Braga
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