O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

Índice |  Princípio  | Continuar

Registros imortais — F. C. Xavier e outros médiuns do Grupo Meimei — Autores diversos


27

Arrependimento

27ª reunião | 2 de maio de 1957.


Presentes: Arnaldo Rocha, Ênio Santos, Elza Vieira, Laura Nogueira Lima, Francisco Gonçalves, Geni Pena Xavier, Francisco Teixeira de Carvalho, Geraldo Benício Rocha, Edmundo Fontenele, Edite Malaquias Xavier, Aderbal Nogueira Lima, Francisco Cândido Xavier, Zínia Orsine Pereira, Áurea Gonçalves e Waldemar Silva.

Comunicação recebida pelo médium Zínia Orsine Pereira.


Sabemos hoje que a humanidade passa por fase terrível, em que a honestidade e os bons costumes não têm mais lugar. Os filhos não querem obedecer aos pais e estes não sabem mais como dirigir os filhos. A mulher, revoltada, pensando em se libertar do jugo da escravidão, perdeu a calma, tornou-se altiva demais e se entrega a excessos e prazeres, os mais nefastos. Não obedecendo à lei da maternidade, foge também às suas mais comezinhas obrigações. Ela obtém a fama e o triunfo pela nudez da forma física. E o homem, inconsequente, bate-lhe palmas, no mesmo desequilíbrio. A vaidade penetra-lhe o coração e ela, desorientada, menosprezando a sua dignidade e as leis mais sagradas, cai, como eu mesma, na triste escuridão de uma vida desregrada.

O homem não tem noção mais das suas responsabilidades e anda somente à cata dos prazeres imediatistas. A criança não tem uma direção segura, porque o adulto também está sem rumo, sem fé e sem Deus no coração.

Eu também fui mal orientada. Nasci mal, vivi mal e morri mal. Fui o fruto apodrecido da vaidade e do orgulho, adubado pela falta do conhecimento de Deus. Errei muito. Louca, no meu desvairamento recorri ao suicídio, acreditando livrar-me do meu sofrimento, mas ai de mim! Foi muito pior a deserção, porque só aumentou a minha amargura. E é por isso que eu aqui venho pedir a vocês que pensem muito em Deus, que tenham cuidado contra os assaltos da vaidade e com os do orgulho. Os pais dirijam carinhosamente os seus filhos. As esposas respeitem seus maridos e estes protejam e amem as suas mulheres para que não lhes aconteça o que aconteceu a mim.

Destruí a minha vida e sofro até hoje. Durante muito tempo pensei que o meu infortúnio fosse eterno, mas a esperança num Deus misericordioso faz-me corajosa para enfrentar a nova luta. Preciso voltar à Terra e ter forças para não sofrer mais. Onde poderei encontrar quem me receba, se as mulheres não querem mais filhos? Se todas seguirem o meu exemplo, onde poderei encontrar guarida?

Peço ao vosso grupo me ampare com as suas orações. O Espírito, quanto mais compreende a grandeza de Deus e se esclarece, mais culpado ele se acha e mais amarguras sente por não ter sabido cumprir com seus deveres na Terra. É o que me acontece agora. Preciso muito que vocês me ajudem a buscar mais calma e mais fé para o novo rumo a seguir.

Arrependida e ansiosa de reabilitação à frente do futuro. rogo-lhes o amparo da oração em favor de vossa infeliz irmã.


Sílvia


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

Abrir