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1 Oscar e Gil, dois irmãos,
Falavam sem alvoroço,
Em fraterno entendimento,
Trinchando peixe no almoço.
2 Oscar era sitiante,
Dono de muito dinheiro,
Gil, porém, era homem pobre,
Presença de companheiro.
3 Entre os dois faltava alguém,
A fim de se completar
Um nobre trio de irmãos,
Nascido no mesmo lar.
4 Esse alguém era um rapaz,
De nome Paulo Antonino
Que não amava os irmãos,
Disfarçado em vagolino. n
5 Ao café, Oscar deu notícia,
Depois clamou muito sério:
— Essa guerra do Oriente
Tem cheiro de cemitério.
6 Depois disse ao Gil:
— Creio que somos irmãos
Que não se lembram na vida
Da bondade e do perdão.
7 — O conflito em andamento
Não é tão simples assim,
Toca a todos os que pensam,
Tanto a você quanto a mim.
8 Em seguida perguntou
Por notícias de Antonino,
Muito embora acreditasse
Que ele andava sem destino.
9 Gil saiu-se do problema,
A explicar que pela idade
Transformara-se em pastor
De paz e de caridade.
10 Oscar sorriu com desprezo
E aclarou: — Não creio nisto,
Não concebo um marginal
Comentando Jesus-Cristo.
11 E prosseguiu: — Felizmente
Não lhe ouço a própria voz;
Deus conserve o nosso irmão
Sempre mais longe de nós.
12 — E você deve saber, vou processá-lo,
Isso será muito breve;
Com justiça pagará,
Mais de cem mil que me deve.
13 Gil mostrava-se agitado,
Ante as palavras candentes
E comentou: — os guerreiros e os falsários
Deus no-los deu por doentes.
14 — Se estou te ouvindo correto,
Notei, você, meu irmão,
Recordando a tolerância
Por terra de elevação.
15 — Eu? expressava-se Oscar,
Se o visse em má vida que enleia,
Rogaria da polícia
Resguardá-lo na cadeia.
16 Gil fez-se mais humilde
E falou: — o que me arrasa
É saber que toda guerra
Começa dentro de casa.
Jair Presente
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