O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Renascimento espiritual — Familiares diversos


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Olimar Feder Agosti

NASCIMENTO: 14 de dezembro de 1952.
DESENCARNAÇÃO: 08 de junho de 1982.

Olimar, advogada, formada pela Universidade Makenzie, cursando secretariado no Colégio Dante Alighieri e estudos secundários no Colégio Pio XII, desencarnou em época de plena felicidade. Voo VASP-Fortaleza.

Olimar voou para os desígnios de Deus. Do seu passado, da sua volta. Cumprindo um agradecimento, um reencontro feliz, Olimar viajou para Fortaleza ao encontro de seus padrinhos de casamento. Casara-se três meses antes do acidente que a vitimou.

Contagiada pela felicidade, resolveu passear em visita ao casal patrono desse evento feliz.

Sua ansiedade contagiante a fez viajar sozinha, antecipando-se ao seu esposo, que ficou retido por problemas profissionais e viajaria no dia seguinte com destino a Bahia, prevendo encontrá-la durante a noite em Fortaleza. Encontro que não se realizou. Olimar foi vítima do acidente aéreo de Fortaleza. A aeronave que a transportava chocou-se com a Serra próxima ao Aeroporto.

Em sua mensagem, Olimar descreve aos seus familiares suas preocupações e detalhes que alentaram, em muito, aos que estão presos em suas saudades, reforçando em amor e carinho os passos que seu esposo deveria tomar no seguimento de sua vida. Ela confirma essa preocupação:

Em sã consciência não posso prendê-lo à minha lembrança, a não ser no sentido construtivo das boas recordações. Auxiliá-lo a encontrar a pessoa certa que me substitua em casa, é o meu dever.

Provado está que a aparência da tristeza pode ser revertida em aparência feliz, quando se percebe a grandiosidade de Deus a amparar-nos com o seu paternal amor.




MENSAGEM


O acidente da Serra já se foi. Ninguém lhe recomporá as consequências que ficaram nos destroços da máquina que não pôde cumprir o esquema da viagem pelo qual se conduzia.

1 Querida mãezinha Olinda e querido papai Gerson, estou presente com a prima Dirce um tanto mais à vida nova a que fui trazida de inesperado, segundo o acidentes que conhecemos.

2 Mãe Olinda, acalme-se peço-lhe. Se eu pudesse entrar em seu coração querido, a fim de reformular toda a estrutura de sua alegria de viver, creia que já teria feito há muito tempo.

3 Realmente, semelhante empreendimento é impraticável, mas rogo-lhe o auxílio preciso, a fim de que se desligue mais amplamente dos assuntos que ficaram.

4 Aqui não me faltam mentores que me guiam. O avô Francisco e o vovô Bruno são dois professores de lógica ensinando-me a raciocinar com acerto, e a avó Marreta, que se me faz igualmente mãe espiritual me acompanha com muito bom senso e desejo claro de acertar.

5 Mãezinha Olinda, estamos falando nas transformações justas que a minha desencarnação repentina suscitou.

6 O maior dos problemas a meu ver, neste caso é a necessidade do nosso caro Geraldo, no sentido de se dispor a reedificação do lar que ele sonhou ao meu lado. O esposo porque haja ficado nessa condição, não deixa de ser um homem jovem precisando reconstituir-se.

7 Mãezinha Helena é para ele uma presença de paz e de luz, entretanto, o homem reclama outros tipos de assistência, além daquele que usufrui junto ao amor materno.

8 O seu coração mamãe Olinda, compreende que sou humana e tenho o sentimento, ainda frustrado pelo desastre que nos impôs tantos lances de renovação, mas não será justo que me apegue ao Geraldo, à maneira da hera num mundo repleto de painéis representando os sonhos e a esperança com referência ao lar.

9 Devo reconsiderar a minha afeição e partir para a mudança precisa, conferindo ao esposo de ontem a liberdade de se restabelecer na vida doméstica. Geraldo é um homem profundamente bom e amigo.

10 Em sã consciência não posso prendê-lo à minha lembrança, a não ser no sentido construtivo das boas recordações, auxiliá-lo a encontrar a pessoa certa que me substitua em casa, é o meu dever.

11 Aqui aprendo que se pode amar um homem de bem, tal qual é, mentalizando-lhe a presença como sendo a de um filho.

12 Quando não se tem amor àquilo que se quer, cabe-nos a obrigação de amar o que temos na pessoa ou nas pessoas queridas e sei que tenho em nosso querido Geraldo os melhores vínculos de afeto e lealdade. Isso porém, não lhe inibe a natureza de rapaz que aspira ser pai de filhos felizes e a se ancorar numa casa em que o devotamento de uma companheira se lhe faça alimento espiritual de casa dia.

13 Peço-lhes desse modo ao seu carinho e dedicação do papai Gerson, nos prepararmos a fim de auxiliar a mãezinha Helena quanto ao apoio que o filho necessita, de modo a seguir mais tranquilo, vida afora.

14 Já pensei e pensei bastante, sobre o meu problema sentimental e devo reeducar-me para o cultivo do amor maior — aquele amor que transforma a mulher na proteção maternal para o homem amado.

15 Não posso apegar-me a outra atitude, porque o nosso Geraldo merece de sua filha toda a compreensão e todo o apoio, acerca de resoluções que a ele seja compelido a assumir.

16 O acidente da serra já se foi, ninguém lhe recomporá as consequências que ficaram nos destroços da máquina que não pode cumprir o esquema da viagem pelo qual se conduzia.

17 Sonhos e ilusões aparentemente por vezes, são obrigados a observar os destroços que a vida lhes impõe e por essa razão, conto com o auxílio, a fim de que eu seja para o nosso estimado Geraldo uma proteção e uma bênção, mas nunca um estorvo. Ele será auxiliado pelo Amor Infinito de nosso Pai Celeste e cumprirá as nobres tarefas do homem de bem que lhe foram assinaladas

18 Isso para nós, é muito mais compreensível e mais importante do que vê-lo a maneira de um viajante transviado, seguindo no tempo sem rumo certo.

19 Desejo dizer-lhe que vou melhor ainda, mas ficarei muito melhor se puder sabê-lo distribuindo minhas lembranças de jovem casada recentemente, impedida pela força das circunstâncias a se despedir transitoriamente dos seres que se lhe fazem mais caros.

20 Sei que para seu carinho desvencilhar-se do material que lhe foi restituído por mãezinha Helena é quase uma ofensa, entretanto, mamãe não seria melhor distribuir os pertences que levam etiquetas de “meus” fazendo deles alegria de outras moças que sonham como eu sonhei?

21 Além disso, revisar todas aquelas peças, periodicamente ou quase todos os dias é uma perda de tempo que não desejo para nós, com o agravante de que oferecemos campo livre para as traças que virão inexoravelmente sobre as minhas pobres lembranças. Mãezinha Olinda, o que passou, passou.

22 Sigamos ao encontro da vida nova, auxiliando ao nosso caro Geraldo em tudo o que nossa cooperação se faça possível.

23 Creio que disse tudo o que desejava, nossa Dirce me chama com a vovó Marreta que nos espera e reúno o querido papai Gerson à querida mãezinha, um abraço de muito carinho e de muitas saudades.

24 Espero, especialmente para o seu coração querido, e peço a Deus [que] lhe envie a chuva de meus beijos de gratidão e de amor, com a alma toda de sua


Olimar

Olimar Feder Agosti




ESCLARECIMENTOS


Pais: Gerson Feder
Olinda Strifezzi Feder.

Endereço: Rua Indiana, 95 - Apto. 71 - CEP 04562-000 - São Paulo - SP.

Esposo: Geraldo Agosti.

Sogra: Maria Helena Agosti.

Avó materna: Marieta Strifezzi (22.04.1898 - 19.07.1949)

Avô paterno: Bruno Cavalcanti Feder (28.05.1900 - 04.02.1956)

Avô do esposo: Francisco Felipe Agosti (22.09.1892 - 14.09.1963)

Prima materna: Dirce Casella Monteiro (12.07.1935 - 12.01.1976)


Rubens S. Germinhasi


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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