Reunião pública de 11-12-1959.
Questão n.º 469.
1 Lutando, disseste: “não posso mais”.
E ajudaste os que te roubam a fortaleza.
2 Batido, clamaste: “reagirei”.
E amparaste os que te induzem à violência.
3 Esquecido, gemeste: “estou sozinho”.
E ajudaste os que te bloqueiam a confiança.
4 Caluniado, gritaste: “vingar-me-ei”.
E amparaste os que te guiam à crueldade.
5 Ferido, bradaste: “quero justiça”.
E ajudaste os que te furtam a tolerância.
6 Por isso mesmo, asseveras frequentemente:
— Morro de angústia.
— Enjoei de viver.
— A fadiga me vence.
— Tudo perdido.
— Nada mais a fazer.
7 Tentando justificar-te, recorres à filosofia de ocasião e repetes rifões e chavões antigos:
— A dança obedece à música.
— Faço como me ensinam.
— Seja virtuoso quem puder ser.
— Amanhã virá quem bom me fará.
— Tarde demais.
— Fiz tudo.
— Depois eu faço.
— Lavei as mãos.
8 Recorda, porém, que toda dificuldade é teste renovador.
9 Todos somos tentados na imperfeição que trazemos.
10 Queixa é fuga.
11 Impaciência é perigo.
12 Censura é auxílio ao perseguidor.
13 Revolta é força que apressa o crime.
14 Ataque é óleo no fogo.
15 Desforço é golpe que apaga a luz.
16 Desespero é chave ao ladrão.
17 Maltratado, busca o bem.
18 Injuriado, fala o bem.
19 Contrariado, procura o bem.
20 Traído, renova o bem.
21 Assaltado, conserva o bem.
22 A única fórmula clara e segura de vencer, no teste contra as influências inferiores, será sempre, o que for, com quem for e seja onde for, esquecer o mal e fazer o bem.
Emmanuel