O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Religião dos Espíritos — Emmanuel


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Na grande transição

Reunião pública de 11-9-1959.

Questão n.º 155.


1 Por muitas sejam as tuas dores, repara o mundo em que a Divina Bondade te situa a existência e deixa que a vida te renove a esperança.

2 Tudo é serviço por toda parte.

3 Apesar dos profetas do pessimismo, bulcões ameaçadores transformam-se, na hora da tempestade, em lagos volantes, acalentando a gleba sedenta; fontes de longo curso atravessam as garras pontiagudas da rocha, convertendo-se em padrão de pureza; pântanos drenados deitam messes de reconforto e árvores podadas multiplicam a produção.

4 Todas as energias que sustentam a Terra esquecem todo o mal, buscando todo o bem.

5 Dir-se-ia que o próprio Senhor criou a noite como exaustor das inquietações do dia, para que o homem, cada manhã, consiga reaprender e recomeçar.

6 Colocado, assim, no trono da razão, ante os elementos inferiores que te servem, humildes, olvida a sombra para que a luz te favoreça.

7 Ouve a própria consciência, seja qual for a ideia religiosa a que te filias, e perceberás que nasceste para realizar o melhor.

8 E quem realiza o melhor desconhece o que exprima ofensa ou descaridade, porque a ofensa é espinho da ignorância e a descaridade é chaga da delinquência, que somente a educação e o remédio conseguirão liquidar.

9 Tudo aquilo que desfrutas é depósito santo.

10 Dotes de espírito e afeições preciosas, autoridade e influência, títulos e haveres são talentos emprestados que devolverás na hora prevista.

11 Desse modo, ainda mesmo que a maioria te escarneça o propósito de bem fazer, perdoa sempre e faze o bem que possas.

12 O tempo que te traz hoje a oportunidade presente será amanhã o portador do minuto necessário à grande transição que a morte impõe sempre a justos e injustos… E, na grande transição, o bem que houveres feito, muita vez superando sacrifícios e trevas, ser-te-á o orvalho fecundante depois da nuvem, a água pura acrisolada na pedra, o ramo virente a destacar-se do lodo e o fruto opimo a pender do tronco dilacerado.

13 Segue, pois, ao clarão do bem, para que o crepúsculo das forças físicas te descerre a senda estrelada.

14 Não digas que tens o lar à feição de penitenciária, que te falta a compreensão alheia, que não dispões de recursos para ajudar ou que sofres inibições invencíveis.

15 Recorda que, certo dia, um anjo transfigurado em homem subiu agressivo monte, sentenciado à morte sem culpa, mas, em razão de haver aceitado a cruz, por amor de todos, embora desolado e sozinho, clareou para sempre a rota do mundo inteiro.


Emmanuel


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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