Reunião pública de 1-6-1959.
Questão n.º 166.
1 Muitas vezes, por semana, repetimos a palavra “amanhã”.
2 Costumamos dizer “amanhã” para o vizinho que nos pede cooperação e consolo.
3 Habitualmente relegamos para amanhã toda tarefa espinhosa.
4 Sempre que surge a dificuldade, pedindo maior esforço, apelamos para amanhã.
5 Sem dúvida, o “amanhã” constitui luminosa esperança, com a renovação do Sol no caminho, mas também representa o serviço que deixamos de realizar.
6 É da lei que a conta durma com o devedor, acordando com ele no dia seguinte.
7 No instituto da reencarnação, desse modo, transportamos conosco, seja onde for, as oportunidades do presente e os débitos do passado.
8 É assim que os ricos de hoje, enquistados na avareza e no egoísmo, voltarão amanhã no martírio obscuro dos pobres, para conhecerem, de perto, as garras do infortúnio e as duras lições da necessidade; 9 e os pobres, envenenados de inveja e ódio, retornarão no conforto dos ricos, a fim de saberem quanto custam a tentação e a responsabilidade de possuir; 10 titulados distintos do mundo, quais sejam os magistrados e os médicos, quando menosprezam as concessões com que o Senhor lhes galardoa o campo da inteligência, delas fazendo instrumento de escárnio às lutas do próximo, ressurgirão no banco dos réus e no leito dos nosocômios, de modo a experimentarem os problemas e as angústias do povo; 11 filhos indiferentes e ingratos tornarão como servos apagados e humildes no lar que enlameiam, e pais insensatos e desumanos regressarão no tronco doméstico, recolhendo nos descendentes os frutos amargos da criminalidade e do vício que cultivaram com as próprias mãos; 12 mulheres enobrecidas que fogem ao ministério familiar, provocando o aborto delituoso pela fome de prazer, reaparecerão enfermas e estéreis, 13 tanto quanto homens válidos e robustos, que envilecem a vida no abuso das forças respeitáveis da natureza, ressurgirão na ribalta do mundo, carregando no próprio corpo o desequilíbrio e a moléstia que adquiriram, invigilantes.
14 Não te esqueças, portanto, de que o bem é o crédito infalível no livro da eternidade, e recorda que o “depois” será sempre a resultante do “agora”.
15 Todo dia é tempo de renovar o destino.
16 Todo instante é recurso de começar o melhor.
17 Não deixes, assim, para amanhã o bem que possas fazer.
Faze-o hoje.
Emmanuel