Reunião pública de 29-5-1959.
Questão n.º 781.
1 Batido no ideal de bem fazer, desculpa e avança à frente.
2 Açoitado no coração, enxuga as lágrimas e segue adiante.
3 A indulgência é a vitória da vítima e o olvido de todo mal é a resposta do justo.
4 Acúleos despontam no corpo da haste verde, mas a rosa, em silêncio, floresce, triunfante, por cima deles, enviando perfume ao céu.
5 Sombras da noite envolvem a paisagem terrestre na escuridão do nadir; todavia, o Sol, sem palavras, expulsa as trevas, cada manhã, recuperando-a para a alegria da luz.
6 Lembra-te dos perseguidos sem causa, que se refugiaram na paz da consciência, em todas as épocas.
7 Sócrates bebe a cicuta que lhe impõem à boca; entretanto, ergue-se à culminância da filosofia.
8 Estêvão morre sob pedradas, abrindo caminho a três séculos de flagelação contra o Cristianismo nascente; contudo, faz-se o padrão do heroísmo e da resistência dos mártires que transformam o mundo.
9 Gutenberg é processado como devedor relapso, mas cria a imprensa, desfazendo o nevoeiro medieval.
10 Jan Hus é queimado vivo, mas imprime novos rumos à fé.
11 Colombo expira abandonado numa enxerga em Valladolid; no entanto, levanta-se, para sempre, na memória da América.
12 Galileu, preso e humilhado, desvenda ao homem nova contemplação do Universo.
13 Lutero, vilipendiado, ressuscita as letras do Evangelho.
14 Giordano Bruno, atravessando pavoroso suplício, traça mais altos rumos ao pensamento.
15 Lincoln tomba assassinado, mas extingue o cativeiro no clima de sua pátria.
16 Pasteur é ironizado pela maioria de seus contemporâneos; no entanto, renova os métodos da ciência e converte-se em benfeitor de todos os povos.
17 E, ainda ontem, Gandhi cai sob golpe homicida, mas consagra o princípio de não-violência.
18 Entre os perseguidores, contam-se os obsidiados, os intemperantes, os depravados, os infelizes, os caluniadores, os calculistas e os criminosos, que descem pelas torrentes do remorso para a necessária refundição mental nos alambiques do tempo, mas, entre os perseguidos sem razão, enumeram-se quase todos aqueles que lançam nova luz sobre as rotas da vida.
19 É por isso que Jesus, o Divino Governador da Terra, preferiu alinhar-se entre os escarnecidos e injuriados, aceitando a morte na cruz, de maneira a estender a glória do amor puro e a força do perdão, para que se aprimore a Humanidade inteira.
Emmanuel