“Aprendi a contentar-me com o que tenho.” — PAULO (Filipenses, 4.11)
1 Afirmas-te no veemente propósito de servir; entretanto, para isso, apresentas cláusulas diversas.
2 Dispões de recursos próprios, conquanto humildes, para as tarefas do socorro material; contudo, esperas pelo dinheiro dos outros.
3 Tens contigo vastas possibilidades para alfabetizar os necessitados de instrução, mas esperas um título oficial que talvez nunca chegue.
4 Mostras pés e braços livres que te garantem o auxílio aos irmãos em prova; entretanto, esperas acompanhantes que provavelmente jamais se decidam ao concurso fraterno.
5 Relacionas talentos múltiplos, a fim de cumprires abençoada missão de amor puro entre os homens; todavia, esperas em família pelo companheiro ideal.
6 Se acordaste para a cooperação com Jesus, recorda a afirmativa de Paulo: “Aprendi a contentar-me com o que tenho.”
7 Quando o apóstolo escreveu essa confissão, estava preso em Roma.
8 Em torno dele, o ambiente doloroso do cárcere. Guardiães desalmados, companheiros infelizes, pragas e palavrões. Nem sempre pão à mesa, nem sempre água pura, nem sempre consolação, nem sempre voz amiga…
9 No entanto, ao invés de desanimar, o pioneiro do Evangelho cede vida e força, serenidade e bom ânimo de si próprio.
10 Se aspiras a servir aos outros, servindo a ti mesmo, no reino do Espírito, não percas tempo na expectativa inútil, pois todo aquele que sente, e age com o Cristo, vive satisfeito e procura melhorar-se, melhorando a vida com aquilo que tem.
Emmanuel
(Reformador, dezembro de 1960, p. 266)