O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Palavras de vida eterna — Emmanuel


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No sustento da paz

“Vivei em paz uns com os outros.” — PAULO (1 Tessalonicenses, 5.13)


1 Costumamos referir-nos à guerra, qual se ela fosse um fenômeno de teratologia política, exclusivamente atribuível aos desmandos de ditadores cruéis, quando todos somos intimados pela vida ao sustento da paz.

2 Todos agimos uns sobre os outros e, ainda que a nossa influência pessoal se nos figure insignificante, ela não é menos viva na preservação da harmonia geral.

3 A floresta é um espetáculo imponente da natureza, mas não se agigantou sem o concurso de sementes pequeninas.

4 Nossa deficiência de análise, quanto à contribuição individual no equilíbrio comum, nasce, via de regra, da aflição doentia com que aguardamos ansiosamente os resultados de nossas ações, sequiosos de destaque pessoal no imediatismo da Terra; isso faz com que procedamos, à maneira de alguém que se decidisse a levantar uma casa com total menosprezo pelas pedras, tijolos, parafusos e vigas, aparentemente sem importância, quando isoladamente considerados, mas indispensáveis à construção.

5 Habituamo-nos, frequentemente, a maldizer o irmão que se fez delinquente, com absoluta descaridade para com a debilitação de caráter a que chegou, depois de longo processo obsessivo que lhe corroeu a resistência moral, quase sempre após fugirmos da providência fraterna ou da simples conversação esclarecedora, capazes de induzi-lo à vitória sobre as tentações que o levaram à falta consumada.

6 Lideramos reclamações contra o estridor de buzinas na via pública e não nos pejamos das maneiras violentas com que abalamos os nervos de quem nos ouve.

7 Todos somos chamados à edificação da paz que, aliás, prescinde de qualquer impulso vinculado às atividades de guerra e que, paradoxalmente, depende de nossa luta por melhorar-nos e educar-nos, de vez que paz não é inércia e sim esforço, devotamento, trabalho e vigilância incessantes a serviço do bem. Nenhum de nós está dispensado de auxiliar-lhe a defesa e a sustentação, porquanto, muitas vezes, a tranquilidade coletiva jaz suspensa de um minuto de tolerância, de um gesto, de uma frase, de um olhar…

8 Não te digas, pois, inabilitado a contribuir na paz do mundo. Se não admites o poder e o valor dos recursos chamados menores no engrandecimento da vida, faze um palácio diante de vigorosa central elétrica e procura dotá-lo de luz e força sem a tomada.


Emmanuel



(Reformador, novembro de 1964, p. 248)


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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