“… A minha paz vos dou…” — JESUS (João, 14.27)
1 Todos ambicionam a paz. Raros ajudam-na.
2 Que fazes por sustentá-la?
3 Recorda que a segurança dos aparelhos mais delicados depende, quase sempre, de parafusos pequeninos ou de junturas inexcedivelmente singelas.
4 Não haverá tranquilidade no mundo, sem que as nações pratiquem a tolerância e a fraternidade.
5 E se a nação é conjunto de cidades, a cidade é um agrupamento de lares, tanto quanto o lar é um ninho de corações.
6 A harmonia da vida começará, desse modo, no íntimo de nossas próprias almas ou toda harmonia aparente na paisagem humana será sempre simples jogo de inércia.
7 Comecemos, pois, a sublime edificação no âmago de nós mesmos.
8 Não transmitas o alarme da crítica, nem estendas o fogo da crueldade.
9 Inicia o teu apostolado de paz, calando a inquietação no campo do próprio ser.
10 Onde surjam razões de queixa, sê a cooperação que restaura o equilíbrio; onde medrem espinhos de sofrimento, sê a consolação que refaz a esperança.
11 Detém-te na Tolerância Divina e renova para todas as criaturas de teu círculo as oportunidades do bem.
12 Reafirma o compromisso de servir, silenciando sempre onde não possas agir em socorro do próximo.
13 Ao preço da própria renunciação, disse-nos o Senhor:
— “A minha paz vos dou.”
14 E para que a paz se faça, na senda em que marchamos, é preciso que à custa de nosso próprio esforço se faça a paz em nós, a fim de que possamos irradiá-la, em tudo, no amparo vivo aos outros.
Emmanuel
(Reformador, dezembro de 1958, p. 268)