“Irmãos, quanto a mim não julgo que o haja alcançado; mas, uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim…” — PAULO (Filipenses, 3.13)
1 Se te imobilizas na estrada, a pretexto de amarguras acumuladas ou de ofensas recebidas, lembra-te de Paulo, o apóstolo intrépido, que, sobrecarregado de problemas, não se resignava a interromper o trabalho que o Mestre lhe conferira.
2 O amigo providencial da gentilidade não se entretinha a escutar os remorsos que trazia do seu tempo de adversário e perseguidor do Evangelho.
3 Não lamentava os amigos descrentes da renovação de que fornecia testemunho.
4 Não se queixava dos parentes que o recebiam, empunhando o azorrague da expulsão.
5 Não se detinha para lastimar a alteração dos afetos que a incompreensão azedara no vaso do tempo.
6 Não cultivava a volúpia da solidão porque lhe faltasse a bênção do tálamo doméstico.
7 Não se fixava nos espinhos que lhe ferreteavam a alma e a carne, não obstante reconhecer-lhes a existência.
8 Não parava com o objetivo de reclamar contra as pedradas do caminho.
9 Não se concedia férias de choro inútil, ante as arremetidas do mal.
10 Não se demorava na rede dos elogios, sob o fascínio da ilusão.
11 Não se cristalizava nos próprios impedimentos.
Seguia sempre na direção do alvo que lhe cabia atingir.
12 Assim também nós, endividados ou pecadores, pobres ou doentes, fracos ou inábeis, desiludidos ou torturados, uma coisa façamos… Acima de todos os tropeços e inibições, prossigamos sempre para diante, olvidando o mal e fazendo o bem.
Emmanuel
(Reformador, maio de 1958, p. 98)