“Por que vês o argueiro no olho de teu irmão?” — JESUS (Mateus, 7.3)
1 Habitualmente guardamos o vezo de fixar as inibições alheias, com absoluto esquecimento das nossas.
2 Exageramos as prováveis fraquezas do próximo, prejulgamos com rispidez e severidade o procedimento de nossos irmãos…
3 A pergunta do Mestre acorda-nos para a necessidade de nossa educação, de vez que, de modo geral, descobrimos nos outros somente aquilo que somos.
4 A benefício de nossa edificação recordemos a conduta do Cristo na apreciação de quantos lhe defrontavam a marcha.
5 Para muitos, Maria de Magdala era a mulher obsidiada e inconveniente; mas para ele surgiu como sendo um formoso coração feminino, atribulado por indizíveis angústias, que, compreendido e amparado, lhe espalharia no mundo o sol da ressurreição.
6 No conceito da maioria, Zaqueu era usurário de mãos azinhavradas e infelizes; para ele, no entanto, era o amigo do trabalho a quem transmitiria alevantadas noções de progresso e riqueza.
7 Aos olhos de muita gente, Simão Pedro era fraco e inconstante; para ele, contudo, representava o brilhante entranhado nas sombras do preconceito que fulgiria à luz do Pentecostes para veicular-lhe o Evangelho.
8 Na opinião do seu tempo, Saulo de Tarso era rijo doutor da lei mosaica, de espírito endurecido e tiranizante; para ele, porém, era um companheiro mal conduzido que buscaria, em pessoa, às portas de Damasco para ajudar-lhe a Doutrina.
9 Observemos amando, porque apenas o amor puro arrancará por fim as escamas de treva dos nossos olhos para que os outros nos apareçam na Bênção de Deus que, invariavelmente, trazem consigo.
Emmanuel