“Tudo sofre…” — PAULO (1 Coríntios, 13.7)
1 O noticiário terrestre reporta-se diariamente a desvarios cometidos em nome do amor.
2 Homicídios são perpetrados publicamente.
3 Suicídios sulcam de pranto e desolação a rota de lares esperançosos.
4 Furto, contenda, injúria e perversidade aparecem todos os dias invocando a inspiração do sentimento sublime.
5 Mulheres indefesas, homens dignos, jovens promissores e infelizes crianças, em toda a parte, sofrem abandono e aflição sob a legenda celeste.
6 Entretanto, só o egoísmo, traduzindo apego da alma ao bem próprio, é que patrocina os golpes da delinquência, os enganos da posse, os erros da impulsividade e os desacertos da pressa… Apenas o egoísmo gera ciúme e despeito, vingança e discórdia, acusação e cegueira.
7 O amor, longe disso, sabe rejubilar-se com a alegria dos corações amados, esposando-lhes as lições e as dificuldades, as dores e os compromissos.
8 Não se atropela, nem se desmanda.
9 Abraça no sacrifício próprio, em favor da felicidade da criatura a quem ama, a razão da própria felicidade.
10 Por esse motivo, no amor verdadeiro não há sinal de qualquer precipitação conclamando à imoderação ou à loucura.
11 O apóstolo Paulo afirmou divinamente inspirado: — “O amor tudo sofre…”
12 E, de nossa parte, acrescentaremos: — O amor genuíno jamais se desregra ou se cansa, porque realmente sabe esperar.
Emmanuel
(Reformador, abril de 1958, p. 74)