“Tende bom ânimo, eu venci o mundo.” — JESUS (João, 16.33)
1 É importante enumerar algumas das circunstâncias difíceis em que se encontrava Jesus, quando asseverou perante os discípulos: “tende bom ânimo; eu venci o mundo.”
2 Ele era alguém que, na conceituação do mundo, não passava de vencido vulgar.
3 Sabia-se no momento de entrar em amarga solidão.
4 Confessava que fora incompreendido pelos homens aos quais se propusera servir.
5 Não ignorava que os adversários lhe haviam assaltado a comunidade em formação, através de um amigo invigilante.
6 Dirigia-se aos companheiros, anunciando que eles próprios seriam dispersos.
7 Falava, sem rebuços, da flagelação de que seria vítima.
8 Via-se malquisto pela maioria, perseguido, traído.
9 Não desconhecia que lhe envenenavam as intenções.
10 Certificara-se de que as pessoas mais altamente colocadas eram as primeiras a examinar o melhor processo de confundi-lo.
11 Percebera o ódio de que se tornara objeto, principalmente por parte daqueles que pretendiam açambarcar o nome de Deus, a serviço de interesses inferiores.
12 Reconhecia-se a poucos passos da morte, a que se inclinaria, condenado sem culpa.
Entretanto, ele dizia: “tende bom ânimo; eu venci o mundo.”
13 Quando te encontres em crise, lembra-te do Mestre.
14 Subjugado, seria o conquistador inesquecível.
15 Batido, passaria à condição de senhor da vitória.
16 Assim ocorre, porque todos os construtores do aperfeiçoamento espiritual não estão na Terra para vencer no mundo, mas notadamente para vencer o mundo, em si mesmos, de modo a servirem ao mundo, sempre mais, e melhor.
Emmanuel
(Reformador, maio de 1963, p. 98)