1 Meus amigos, muita paz.
2 O Espiritismo abraçará o Evangelho do amor na renovação das criaturas ou jamais passará de simples movimentação intelectual para transposição de ideias. 3 Somos atualmente defrontados não só pelos imperativos da revelação que reajuste a vida, mas, sobretudo, pelas exigências da caridade fraternal que projete nova luz no caminho evolutivo. 4 Não bastará comentar a verdade e estendê-la. É necessário orientar-lhe os impulsos na estrada santificante do bem.
5 Não faltam, mesmo aqui nos Círculos que a morte do corpo nos descerra à visão deslumbrada, inteligências primorosas que se filiam à pesquisa e à indagação, convertendo-se, lamentavelmente, em fontes discutidoras no seio das quais os patrimônios do tempo se perdem à revelia das responsabilidades que nos assinalam os destinos diante da Eterna Bondade. 6 Presidem a conclaves em que as polêmicas assumem caráter ruinoso e destrutivo, ou semeiam a discórdia e a incompreensão, atrasando a marcha de valorosos companheiros, distraídos no duelo das palavras brilhantes.
7 Cedo ou tarde, porém, a realidade modifica a paisagem que nos acolhe em variados ângulos da Terra e entendemos, enfim, que o nosso ministério fundamental com o Cristo é de união pacífica e solidariedade redentora.
8 A sombra não desfaz a própria sombra.
Uma ferida não cura outra ferida.
Golpes dilatam golpes.
Violência acende violência, tanto quanto o fogo desenvolve a fogueira.
9 Ofereçamos clima propício à germinação das sementes divinas que repousam em nós mesmos, fazendo brilhar a luz suscetível de irradiar-se das nossas próprias vidas.
10 A Terra, nossa velha e abnegada mãe comum, não se consome nas horas aflitivas do presente, à míngua de instrução e conhecimento.
11 Em tempo algum da evolução planetária, a Matemática, a Estatística e a História imperaram com tamanha força nos enunciados e manifestações da ciência, da filosofia e da religião dominados pelo raciocínio. 12 Mas em civilização alguma do passado o homem vagueou na crosta do mundo tão desconfiado e tão triste, tão descrente de si mesmo e tão desiludido de socorro e esperança.
13 Desintegra o átomo e destrói-se.
Desce aos abismos do mar e sobe aos píncaros das nuvens, entretanto, erige o cenotáfio das próprias grandezas no campo da guerra a que o esforço laborioso dos séculos se reduz a miseráveis punhados de cinzas.
14 Irmãos, iluminado é o caminho, seguro o roteiro!
15 Perdoaremos setenta vezes sete cada dia, ( † ) amaremos aqueles que nos perseguem e caluniam, ( † ) emprestaremos sem retribuição, ( † ) trabalharemos sem propósitos de recompensas! 16 No imediatismo da experiência humana, negar-nos-emos na expressão egoística da personalidade para tomar a cruz do sacrifício de antigas fraquezas e deploráveis ilusões, acompanhando o Senhor no abençoado calvário de nossa própria redenção, ou lavraremos, por nós mesmos, a sentença condenatória que nos marcará o caminho!
17 Espiritismo com Jesus é amor que auxilia, reanima, esclarece, ajuda e salva! 18 Fora de semelhante padrão, permaneceremos sempre na direção do reino escuro de nossos velhos dissídios, criando e exterminando as nossas próprias obras, Espíritos endividados e endurecidos, em oportunidades quase mortas, gravitando, por nossa infelicidade, em derredor de séculos mortos. n
Emmanuel
Reformador — Julho de 1949.
[1] Consta do original a informação de que a mensagem foi psicografada em 13 de maio de 1949, no Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais.