1 Repara, agora, a própria sementeira
De tudo o que sonhaste e que fizeste.
Recompõe, cauteloso, a própria veste
E trabalha com Cristo a vida inteira.
2 Roga ao Senhor, sem gritos de canseira,
Que mais tempo e mais lágrimas te empreste!
Há muito espinho antes do lar celeste
E muita dor na luta derradeira…
3 O sepulcro não passa de oferenda
Da verdade cruel que nos desvenda
O próprio mundo, refalsado ou santo.
4 Para quem segue além de mão vazia
Converte a morte as dádivas do dia
Em noite secular de angústia e pranto. n
A. de Lima
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