1 Passa gritando, escravo do tormento,
Dentro de fria noite, atra e sem fim,
O triste descendente de Caim,
Chocalhando mandíbulas ao vento.
2 Entroniza o moloque famulento
Da guerra em torvo e lúbrico festim,
Embora a podridão que lhe abre o rim
E o cancro que lhe gasta o pensamento.
3 Homem — flâmeo e sinistro vagalume, —
Que te vestes de pó, fósforo e estrume,
Equilibrado em forças desiguais,
4 Sem Jesus Cristo que te não repele
— Prometeu algemado à carne imbele —
O teu castigo não se acaba mais. n
Augusto dos Anjos
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