O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Palavras sublimes — Autores diversos


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Do discípulo ao mestre

I

1 Torna Caim ao lodo subterrâneo.
Ante a espada homicida se prosterna,
Apagando a flamívoma lanterna
Do raciocínio que lhe flui do crânio.


2 Nele o impulso do bem morre frustrâneo
Sob a força que, ríspida, o governa
Desde o negro machado da caverna
À tragédia dos átomos de urânio.


3 Rei protervo da carne, a sombra estende-o
Num caminho de sangue e vilipêndio,
— Triste lobo a exibir trismos medonhos!


4 Anjo e besta, no ergástulo da treva,
Chora e ruge no orgulho que o subleva
E cai vencido sob os próprios sonhos.


II


1 Senhor, este é o herói do desconforto,
De fronte enorme e pensamentos parcos
Que ainda escarnece dos divinos marcos,
Que acendeste no mundo amargo e morto…


2 Sofre a angústia do náufrago sem porto
E embora eleve chamejantes arcos
Traz consigo o veneno que há nos charcos
E os resíduos genésicos do aborto.


3 Multiplica-lhe os títulos avulsos
De sofrimento que lhe algeme os pulsos,
Vigiando-lhe o espírito inconverso!


4 Sem tua cruz de lágrimas divinas,
Transformaria a Terra que iluminas
Em trevoso presídio do Universo! n


Augusto dos Anjos




Reformador — Novembro de 1948.


[1] Consta do original a informação de que esse soneto foi psicografado em 31 de outubro de 1948.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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