1 Eis que o mundo de novo se estraçalha
No vórtice nefando do extermínio,
Pela embriaguez de sangue e morticínio,
Sob o fumo sinistro da metralha.
2 Sempre a ambição e a sede de domínio,
Acendendo a terrífica fornalha,
Onde crepita o fogo da batalha,
Reduzindo a cultura a esterquilínio.
3 Nos ais apocalípticos do mundo,
Geme o eterno direito moribundo
Sob a força que humilha a paz e o bem!
4 E sobre as dores, sobre as agonias,
O Mestre exclama, como Jeremias:
“Ouve, ó Jerusalém! Jerusalém!”
Augusto dos Anjos
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