1 No surto louco dos iconoclastas,
Em fúria ignota, homífera, suprema,
Matei em mim as ilusões mais castas
Como se espreme o pus de um apostema.
2 Andei no mundo arremessando as hastas
De uma idiossincrasia atra e extrema.
Dor que me trouxe as dores mais nefastas,
Minha horrorosa e trágica alçaprema!
3 Vida de pobre célula tarada,
De uma genealogia envenenada,
Em que acha o “morbus” pábulo profundo,
4 Só a morte absolveu minha alma escrava,
Morte que, para mim, representava
O espasmo tenesmódico do mundo.
Augusto dos Anjos
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