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1 Ao Homem disse, um dia, a Vaidade excitante:
— “És o rei da criação! A Terra toda é tua!…”
O Orgulho comparece e, presto, continua:
— “Ave, senhor da vida, altíssimo gigante!…”
2 Na sombra espessa, em torno, a Descrença acentua:
— “Nada existe, afinal, sem teu cetro brilhante…”
E a Fortuna declara: “Ordena, comandante!
Do meu áureo poder ninguém te destitua…”
3 E o Homem dá-se todo à carreira ilusória,
Bradando para os Céus em delírios de glória:
— “Deus, se existes, oh! Deus, jamais me sobrelevas!…”
4 Mas a Morte aparece e, num simples segundo,
Vê-se triste e sozinho o monarca do mundo
Intimado a pensar no silêncio das trevas…
José Cirilo Chagas
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