1 Disse-nos o Cristo: “brilhe vossa luz…” n
2 E ele mesmo, o Mestre Divino, é a nossa divina luz na evolução planetária.
3 Admitia-se antigamente que a recomendação do Senhor fosse mero aviso de essência mística, conclamando profitentes do culto externo da escola religiosa a suposto relevo individual, depois da morte, na imaginária corte celeste.
4 Hoje, no entanto, reconhecemos que a lição de Jesus deve ser aplicada em todas as condições, todos os dias.
5 A própria ciência terrena atual reconhece a presença da luz em toda parte.
6 O corpo humano, devidamente estudado, revelou-se, não mais como matéria coesa, senão espécie de veículo energético, estruturado em partículas infinitesimais que se atraem e se repelem, reciprocamente, com o efeito de microscópicas explosões de luz.
7 A Química, a Física e a Astronomia demonstram que o homem terrestre mora num reino entrecortado de raios.
8 Na intimidade desse glorioso império da energia, temos os raios mentais condicionando os elementos em que a vida se expressa.
9 O pensamento é força criativa, a exteriorizar-se, da criatura que o gera, por intermédio de ondas sutis, em circuitos de ação e reação no tempo, sendo tão mensurável como o fotônio que, arrojado pelo fulcro luminescente que o produz, percorre o espaço com velocidade determinada, sustentando o hausto fulgurante da Criação.
10 A mente humana é um espelho de luz, emitindo raios e assimilando-os, repetimos.
11 Esse espelho, entretanto, jaz mais ou menos prisioneiro nas sombras espessas da ignorância, à maneira de pedra valiosa incrustada no cascalho da furna ou nas anfractuosidades do precipício. Para que retrate a irradiação celeste e lance de si mesmo o próprio brilho, é indispensável se desentrance das trevas, à custa do esmeril do trabalho.
12 Reparamos, assim, a necessidade imprescritível da educação para todos os seres.
13 Lembremo-nos de que o Eterno Benfeitor, em sua lição verbal, fixou na forma imperativa a advertência a que nos referimos:
“Brilhe vossa luz.” ( † )
14 Isso quer dizer que o potencial de luz do nosso Espírito deve fulgir em sua grandeza plena.
15 E semelhante feito somente poderá ser atingido pela educação que nos propicie o justo burilamento.
16 Mas a educação, com o cultivo da inteligência e com o aperfeiçoamento do campo íntimo, em exaltação de conhecimento e bondade, saber e virtude, não será conseguida tão só à força de instrução, que se imponha de fora para dentro, mas sim com a consciente adesão da vontade que, em se consagrando ao bem por si própria, sem constrangimento de qualquer natureza, pode libertar e polir o coração, nele plasmando a face cristalina da alma, capaz de refletir a Vida Gloriosa e transformar, consequentemente, o cérebro em preciosa usina de energia superior, projetando reflexos de beleza e sublimação.
Emmanuel
[1] Mateus, 5.16. — Nota do autor espiritual.