1 Já se disse que duas asas conduzirão o Espírito humano à presença de Deus.
Uma chama-se Amor, a outra, Sabedoria.
2 Pelo amor, que, acima de tudo, é serviço aos semelhantes, a criatura se ilumina e aformoseia por dentro, emitindo, em favor dos outros, o reflexo de suas próprias virtudes; 3 e, pela sabedoria, que começa na aquisição do conhecimento, recolhe a influência dos vanguardeiros do progresso, que lhe comunicam os reflexos da própria grandeza, impelindo-a para o Alto.
4 Através do amor valorizamo-nos para a vida.
5 Através da sabedoria somos pela vida valorizados.
6 Daí o imperativo de marcharem juntas a inteligência e a bondade.
7 Bondade que ignora é assim como o poço amigo em plena sombra, a dessedentar o viajor sem ensinar-lhe o caminho.
8 Inteligência que não ama pode ser comparada a valioso poste de aviso, que traça ao peregrino informes de rumo certo, deixando-o sucumbir ao tormento da sede.
9 Todos temos necessidade de instrução e de amor.
10 Estudar e servir são rotas inevitáveis na obra de elevação.
11 Toda a cultura intelectual é formada em cadeia de gradativa expansão.
12 As civilizações sucedem-se, ininterruptas, ao influxo da herança mental.
13 A arte, na palavra ou na música, no buril ou no pincel, evolui e se aprimora, por intermédio da repercussão, a exprimir-se no trabalho dos cultivadores do belo, que se inspiram uns nos outros.
14 A escola é um centro de indução espiritual, onde os mestres de hoje continuam a tarefa dos instrutores de ontem.
15 O livro representa vigoroso ímã de força atrativa, plasmando as emoções e concepções de que nascem os grandes movimentos da Humanidade, em todos os setores da religião e da ciência, da opinião e da técnica, do pensamento e do trabalho. 16 Por esse dínamo de energia criadora, encontramos os mais adiantados serviços de telementação, porquanto, a imensas distâncias, no espaço e no tempo, incorporamos as ideias dos Espíritos superiores que passaram por nós, há séculos.
17 Sócrates reflete-se nas páginas dos discípulos que lhe comungavam a intimidade, e, ainda hoje, consumimos os elevados pensamentos de que foi ele o portador.
18 Retrata-se Jesus nos livros dos apóstolos que lhe dilataram a obra, e temos no Evangelho um espelho cristalino em que o Mestre se reproduz, por divina reflexão, orientando a conduta humana para a construção do Reino de Deus entre as criaturas.
19 Conhecer é patrocinar a libertação de nós mesmos, colocando-nos a caminho de novos horizontes na vida.
20 Corre-nos, pois, o dever de estudar sempre, escolhendo o melhor para que as nossas ideias e exemplos reflitam as ideias e os exemplos dos paladinos da luz.
Emmanuel