“Tendo o mesmo combate que já em mim tendes visto e agora ouvis estar em mim.” — Paulo. (FILIPENSES, 1.30)
1 Em plena juventude, Paulo terçou armas contra as circunstâncias comuns, de modo a consolidar posição para impor-se no futuro da raça. 2 Pelejou por sobrepujar a inteligência de muitos jovens que lhe foram contemporâneos, deixou colegas e companheiros distanciados. 3 Discutiu com doutores da Lei e venceu-os. 4 Entregou-se à conquista de situação material invejável e conseguiu-a. 5 Combateu por evidenciar-se no tribunal mais alto de Jerusalém e sobrepôs-se a velhos orientadores do povo escolhido. 6 Resolveu perseguir aqueles que interpretava por inimigos da ordem estabelecida e multiplicou adversários em toda parte. 7 Feriu, atormentou, complicou situações de amigos respeitáveis, sentenciou pessoas inocentes a inquietações inomináveis, guerreou pecadores e santos, justos e injustos…
8 Surgiu, contudo, um momento em que o Senhor lhe convoca o espírito a outro gênero de batalha — o combate consigo mesmo.
9 Chegada essa hora, Paulo de Tarso cala-se e escuta…
10 Quebra-se-lhe a espada nas mãos para sempre.
11 Não tem braços para hostilizar e sim para ajudar e servir.
12 Caminha, modificado, em sentido inverso. Ao invés de humilhar os outros, dobra a própria cerviz.
13 Sofre e aperfeiçoa-se no silêncio, com a mesma disposição de trabalho que o caracterizava nos tempos de cegueira.
14 É apedrejado, açoitado, preso, incompreendido muitas vezes, mas prossegue sempre, ao encontro da Divina Renovação.
15 Se ainda não combates contigo mesmo, dia virá em que serás chamado a semelhante serviço. Ora e vigia, prepara-te e afeiçoa o coração à humildade e à paciência. Lembra-te, meu irmão, de que nem mesmo Paulo, agraciado pela visita pessoal de Jesus, conseguiu escapar.
Emmanuel