“Mas é grande ganho a piedade com contentamento.” — Paulo. (1 TIMÓTEO, 6.6)
1 Fala-se muito em piedade na Terra, todavia, quando assinalamos referências a semelhante virtude, dificilmente discernimos entre compaixão e humilhação.
— Ajudo, mas este homem é um viciado.
— Atenderei, entretanto, essa mulher é ignorante e má.
— Penalizo-me, contudo, esse irmão é ingrato e cruel.
— Compadeço-me, todavia, trata-se de pessoa imprestável.
2 Tais afirmativas são reiteradas a cada passo por lábios que se afirmam cristãos.
3 Realmente, de maneira geral, só encontramos na Terra essa compaixão de voz macia e mãos espinhosas.
4 Deita mel e veneno.
5 Balsamiza feridas e dilacera-as.
6 Estende os braços e cobra dívidas de reconhecimento.
7 Socorre e espanca.
8 Ampara e desestimula.
9 Oferece boas palavras e lança reptos hostis.
10 Sacia a fome dos viajores da experiência com pães recheados de fel.
11 A verdadeira piedade, no entanto, é filha legítima do amor.
12 Não perde tempo na identificação do mal.
Interessa-se excessivamente no bem para descurar-se dele em troca de ninharias e sabe que o minuto é precioso na economia da vida.
13 O Evangelho não nos fala dessa piedade mentirosa, cheia de ilusões e exigências. 14 Quem revela energia suficiente para abraçar a vida cristã, encontra recursos de auxiliar alegremente. 15 Não se prende às teias da crítica destrutiva e sabe semear o bem, fortificar-lhe os germens, cultivar-lhe os rebentos e esperar-lhe a frutificação.
16 Diz-nos Paulo que a “piedade com contentamento” é “grande ganho” para a alma e, em verdade, não sabemos de outra que nos possa trazer prosperidade ao coração.
Emmanuel