1 Vocês da Juventude de Paraisópolis, ligados à Seara Bendita, são gente da melhor.
2 Notem que fui ao encontro de vocês e continuam sendo muitos os nossos papos n e contatos. Em pensamentos, é claro.
3 Estou ignorando como agradecer-lhes o convite para visitá-los.
4 Por enquanto, sou ainda aquele foca do Além, a esforçar-se, com muita garra, para ser o companheiro eficiente que ainda estou longe de ser.
5 Escrever-lhes, botando banca de mentor, seria impossível. Entretanto, mesmo com os pés no chão, posso desejar-lhes o mais seguro êxito nas realizações que empreendem.
6 Ante a generosidade com que me esperam algum apontamento construtivo, procurei ouvir alguns amigos da Espiritualidade com relação à juventude, no Plano Físico, e apresento-lhes os meus resultados de pesquisa.
7 Um deles me disse bem-humorado:
— Augusto, a meu ver, o jovem na Terra precisará misturar oitenta por cem do entusiasmo com vinte de madureza, a fim de ser feliz.
8 Um outro acrescentou:
— Mocidade no mundo é a infância que esbarrou na infelicidade de crescer.
9 Um professor definiu:
— Juventude é aquele período da vida humana semelhante a um carro em movimento; só presta, se o motorista viaja usando os freios.
10 Um pensador distinto nos disse:
— O jovem é notícia do lar em que nasceu.
11 Surgiu um companheiro otimista que acentuou:
— Mocidade na Terra é a bandeira da esperança.
12 Por último, consultamos notável benfeitor dos que sofrem, desses que se fazem luzeiros da bondade para os aflitos e doentes.
Acolheu-nos a indagação com serenidade e falou sorrindo:
— Ouça, meu filho, alguém já nos disse que quase nós todos em atravessando o mundo dos homens, somos incendiários no mundo, nas horas da mocidade, mas passamos a ser bombeiros na velhice.
13 Creiam vocês que entrei nessa.
Somos da pedreira do trabalho árduo, associados no ideal de servir.
14 Quanto puderem, trabalhem para o bem, como sempre, estudando a vida e estendendo o amor.
Não esperem corpo cansado para afastar as sombras. Façam luz dissipando as trevas.
15 Somos portadores da esperança, não nos esqueçamos.
Onde apareça o fogo da violência ou da discórdia, saibamos apagá-lo com a fonte do amor.
Augusto Cezar
[1] Obs. Para melhor compreensão de algumas expressões utilizadas pelo autor espiritual vide Glossário de gírias.