1 “Mensagens do Além? Para quem são?”
2 Esta é a pergunta que você nos faz com a tranquilidade dos que ignoram o sofrimento humano.
3 E respondemos que semelhantes comunicados transitam hoje em todos os distritos do mundo, com endereço exato e no momento certo.
4 Não sei se você conhece as mães atormentadas pela saudade dos filhos que a morte lhes arrebatou ao carinho, notadamente quando apenas começavam a viver;
5 se já viu os pais amorosos tateando as cruzes que marcam as derradeiras lembranças dos rebentos queridos que viajaram para o Mais Além, através das fronteiras de cinza;
6 se pensou, algum dia, no pranto das viúvas, relegadas à solidão, ante a partida compulsória dos companheiros transferidos para outros domínios da existência;
7 se alguma vez refletiu na dor dos homens que apertaram as mãos desfalecentes de esposas inesquecíveis que eles, em vão, quiseram arrancar ao poder do silêncio que lhes cerrou os olhos para o mundo;
8 se, em algum tempo, meditou, na angústia dos jovens que inutilmente procuram algum traço dos entes que amavam, muitas vezes alimentando o desespero que lhes abre caminho para o suicídio;
9 ou se já terá visto, em algum lugar, os portadores de enfermidades consideradas irreversíveis, que atravessam os dias, entre a inquietação e o desalento…
10 Se você tomou conhecimento de todos esses heróis das lágrimas, defrontados quase sempre, por sofrimentos e humilhações, então você já consegue saber para quem são as mensagens de quantos residem no Mais Além, e, decerto, nada mais precisará perguntar.
Augusto Cezar