1 O Evangelho é o Livro da Vida, cheio de contos e pontos divinos, trazidos ao mundo pelo Celeste Orientador.
2 Cada apóstolo lhe reflete a sabedoria e a santidade.
3 E em cada página o Espírito do Mestre resplende, sublime de graça e encantamento, beleza e simplicidade.
4 É a história do bom samaritano. ( † )
5 A exaltação de uma semente de mostarda. ( † )
6 O romance do filho pródigo. ( † )
7 O drama das virgens loucas. ( † )
8 A salvação do mordomo infiel. ( † )
9 O ensinamento da dracma perdida. ( † )
10 A tragédia da figueira infrutífera. ( † )
11 A lição da casa sobre a rocha. ( † )
12 A parábola do rico. ( † )
13 A rendição do juiz contrafeito. ( † )
14 Na montanha, o Divino Amigo multiplica os pães, mas não se esquece de salientar as bem-aventuranças.
15 Na cura de enfermos ou de obsidiados, traça pontos de luz que clareiam a rota dos séculos, restaurando o corpo doente, sem olvidar o espírito imperecível.
16 Inspirados na Boa Nova, escrevemos para você, leitor amigo, as páginas deste livro singelo.
17 Por que se manifestam os desencarnados, com tamanha insistência na Terra? Não teriam encontrado visões novas da vida que os desalojassem do mundo? — Perguntará muita gente, surpreendendo-nos o esforço.
18 É que o túmulo não significa cessação de trabalho, nem resposta definitiva aos nossos problemas.
19 É imprescindível agir, sempre a auxiliarmo-nos uns aos outros.
20 Conta-nos Longfellow a história de um monge que passou muitos anos, rogando uma visão do Cristo. Certa manhã, quando orava, viu Jesus ao seu lado e caiu de joelhos, em jubilosa adoração. No mesmo instante o sino do convento derramou-se em significativas badaladas. Era a hora de socorrer os doentes e aflitos, à porta da casa e, naquele momento, o trabalho lhe pertencia. O clérigo relutou, mas, com imenso esforço, levantou-se e foi cumprir as obrigações que lhe competiam. Serviu pacientemente ao povo, no grande Portão do mosteiro, não obstante amargurado por haver interrompido a indefinível contemplação. Voltando, porém, à cela, após o dever cumprido, oh maravilha! Chorando e rindo de alegria, observou que o Senhor o aguardava no cubículo e, ajoelhando-se, de novo, no êxtase que o possuía, ouviu o Mestre que lhe disse, bondoso:
— “Se houvesses permanecido aqui, eu teria fugido.”
21 Assim, de nossa parte, dentro do ministério que hoje nos cabe, não nos é lícito desertar da luta e sim cooperar, dentro dela, para a vitória do Sumo Bem.
22 É por isso, leitor, que trazemos a você estas páginas despretensiosas, relacionando conclusões e observações dos nossos trabalhos e experiências.
23 Talvez sirvam, de algum modo, à sua jornada na Terra. Mas se houver alguma semelhança, entre estes pontos e contos com algum episódio de sua própria vida, acredite você que isso não passa de mera coincidência.
Irmão X
(Humberto de Campos)
Pedro Leopoldo, 3 de outubro de 1950.