1 Dos companheiros de grupo,
Era ele o pedinchão,
Solteiro, aos trinta, seu nome:
Benedito Salomão.
2 Quando chegava o momento
Do Guia comunicar-se
Ei-lo a rogar, compungido,
Sem reserva e sem disfarce:
3 — “Irmão Pinheiro, recorda
Os assuntos de meu caso,
O meu problema difícil
Vem sofrendo grande atraso…”
4 O guia escutava, atento,
Ao modo de homem antigo…
Depois, falava, sereno:
— “Muita calma, meu amigo!…”
5 No entanto, em sessão seguinte,
Eis Salomão no clamor:
— “Irmão Pinheiro, relembra!…
Ampara-me, por favor.”
6 O Guia fitava as mães
E os pobres de olhar aflito,
Em seguida, replicava:
— “Mais calma, Irmão Benedito…”
7 Pinheiro era servidor
Da tarefa semanal;
E Salomão prosseguia:
— “Irmão, estou muito mal…”
8 O Guia explicava a todos
Que a provação quando vem,
É socorro antecipado
Para o nosso próprio bem!
9 Entretanto, Benedito
Em gemidos sempre iguais,
Clamava: — “Pinheiro amigo,
Tem dó! Não aguento mais!…”
10 Em uma sessão tranquila,
Revelou-se o Irmão Pinheiro:
“Benedito, eu fui na Terra
Pequenino sapateiro…
11 Agora, estou aprendendo
Sobre socorro e doença.
Não tenho a telepatia,
Não percebo o que se pensa…
12 O que sofres, assim tanto?
Enfermidade, tristeza?
Há professores no Além,
Amparando a natureza…”
13 Mas Salomão respondeu:
— “Eu não tenho um mal qualquer!…
Quero a cura de meu corpo,
Não sei passar sem mulher…”
Jair Presente
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