O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Presença de Chico Xavier — Depoimentos diversos / Mensagens familiares


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Outro precioso depoimento de Clóvis Tavares n

No sábado, 27 de julho (1940)
Às 11 e meia da manhã o irmão Floriano Peixoto de Oliveira oferece, em seu lar, um almoço ao querido visitante e às 3:30 da tarde, em casa do irmão Amaro da Costa Pinto, faz-se a segunda refeição do dia. Em seguida, todos se dirigem para o bairro do Queimado, onde à rua Silva Jardim, nº 8, no lar evangélico de Brasilino Soares, funciona outra secção da Escola Jesus Cristo — o Grupo Adelino Lemos, dirigido pelas irmãs Salvadora Assis e Elza de Paula Siqueira.

Na tenda humilde, realiza-se, na tarde saudosa, a 3ª reunião. Elza e Salvadora pregam a palavra de Jesus e, logo após, o médium Xavier recebe mais duas mensagens: uma, de Adelino Lemos, antigo e devotado trabalhador do Evangelho em Campos, uma das veneráveis figuras da velha geração, primícias do Espiritismo em nossa terra; outra, de Olímpio Almeida, muito conhecido em nossa cidade, onde deixou vasto círculo de amigos pelos seus elevados dotes de coração, auras de uma vida honesta, dedicada à família, ao bem e ao trabalho. Sua esposa, D. Conceição e a sua filha Margarida são recém-convertidas ao Evangelho e estavam presentes à reunião, juntamente com D. Maria Amélia, também filha do casal.

Leiamos, pois, as duas mensagens:




MENSAGEM DE ADELINO LEMOS

[Aos confrades de seu Grupo Espírita]

1 Envolvendo ambas as devotadas cooperadoras desta casa no meu amplexo espiritual, venho trazer-vos o meu voto de paz, em Jesus-Cristo.

2 Esta tenda de trabalho evangélico recorda o meu nome singelo; mas, em verdade, também eu integro o grupo de aprendizes cristãos que aqui se reúne, prosseguindo no mesmo esforço autoeducativo do passado, em que o Espiritismo constituía para a minh’alma pobre a abençoada e grande revelação.

3 Sintamo-nos felizes por compreender os problemas doutrinários em sua feição religiosa.

4 Muito se tem falado no mundo de fenomenismo e ciência. As espetaculosas demonstrações materiais surgem por toda parte, novos agrupamentos de investigação e de análise se formam, em todos os lugares, mas os companheiros em humanidade nem sempre se recordam de investigar e perquirir a si próprios. 5 É por isso, amigos, que o Espiritismo dos fenômenos poderá edificar opiniões respeitáveis, mas somente os que se capacitarem de suas consequências nos domínios do sentimento conseguirão encontrar a verdadeira realização da crença, com a paz real no mundo interior, única condição de felicidade para as almas, por constituir o princípio de união da criatura com Deus.

6 A doutrina, pois, é reforma individual com o Cristo, é realização interna do homem, é a extinção das fantasias dos sentidos frágeis para que o homem compreenda a si próprio, solucionando as suas necessidades de luz e de redenção. 7 Os mais belos fenômenos, quando não apreciados com a sinceridade do coração, podem passar como os fogos fátuos que fazem as mentirosas alegrias de uma festa do mundo. 8 As mensagens mais edificantes, quando não interpretadas com o sentimento, podem morrer como os ecos de uma sinfonia maravilhosa, depois de um concerto harmonioso de sons passageiros do orbe.  9 É por essa razão que nenhum outro fenômeno existe mais formoso e profundo que a localização do Cristo na história planetária e nenhuma outra mensagem existe mais real que o seu Evangelho, endereçado ao espírito coletivo das nações, dos povos e dos agrupamentos familiares da vida terrestre. 10 A essência do Evangelho é a essência da vida imortal. Sua substância é a da edificação perfeita do homem para o Criador.

11 Elevando ao Senhor os meus votos pela finalidade de nosso Grupo humilde e esperando que possamos reunir os sentimentos mais singelos, em torno do banquete da palavra de Jesus, sente imenso júbilo por deixar-vos os votos de esperança e de paz o menor de vossos servos, em Jesus-Cristo.


Adelino Lemos




MENSAGEM DE OLÍMPIO ALMEIDA À SUA ESPOSA E FILHAS

[Transformemos a saudade num hino de agradecimento a Deus]

1 Conceição, Margarida, Memé, eu sou aquele espírito humilde e pobre que conseguiu comparecer à festa de Jesus…

2 Venho dizer-te, minha companheira querida da vida material, que seques tuas lágrimas de saudade e de dor.

3 Filhas amadas, transformemos a saudade num hino de agradecimento a Deus, porque nós não entendíamos Jesus e agora buscamos compreendê-lo.

4 As preces que me têm enviado foram um bálsamo sacrossanto para o meu coração.

5 A morte é de todas as separações a mais dolorosa e mais triste, porém, é com os seus sofrimentos que abrimos o coração para uma vida mais vasta.

6 Conceição, minha querida, vês que o velho companheiro de tantos anos não te podia esquecer! Eu estou contigo e te beijo as mãos.

7 Agora, recordo-me bem dos mínimos detalhes do passado, para reconhecer quanto é grande o teu sentimento de dedicação no esforço de esposa e mãe. Perdoa-me! Pois bem reconheço os sacrifícios que minha vida exigiu da tua vida, que o meu coração reclamou de teu coração bondoso! 8 Eu bem quisera continuar aí no mundo, ao teu lado, mas os desígnios de Deus são mais fortes e justos.  9 Se eu não partisse, não estaria sentindo tanta felicidade por compreender melhor a Jesus e, se amargo tem sido o cálice de nossa separação, também hoje tens o tesouro da fé viva que cousa alguma do mundo poderá subtrair.

10 Nossa Margarida também enche o teu espírito saudoso com os cânticos de sua Escola.
Memé e Zélia, bem como o filho querido, ouvem-te as palavras de resignação e se encontram também felizes!

11 Que desejo mais, minhas queridas, senão trabalhar agora para também ser digno do trabalho com Jesus?
Peço, pois, a todos os de casa que esqueçam a dor, para guardarem o tesouro da esperança!

12 Quero que Margarida cante alegremente para a tua alma, a fim de que readquiras a alegria de viver, sabendo que, no Plano espiritual, há o coração do esposo amigo que pede a Jesus pelo teu, resgatando uma dívida sagrada de imenso e de infinito amor.

13 Peço ao Altíssimo que abençoe as minhas filhas bem-amadas, proporcionando-lhes todos os bens que o aprendizado no mundo pode oferecer.

14 E, por hoje, guarda o meu adeus afetuoso, crente de que o túmulo é somente uma porta para outra vida mais real e mais bela, onde o coração, porém, não pode esquecer os entes bem-amados que ficaram na Terra, aguardando o reencontro feliz.

15 Que Deus nos ilumine e me faça compreender cada vez mais que, em toda parte, nós podemos estar juntos pelos laços sacrossantos do coração e do espírito.

16 Reconhecido e feliz pela esmola que Jesus me concede, peço ao Céu para que as bênçãos do amor de Deus estejam com todos.


Olímpio Almeida


Elias Barbosa



[1] “FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER EM CAMPOS, EM VISITA À ESCOLA JESUS-CRISTO”, págs. 23-29.


Esta mensagem foi também publicada pela editora VL e são os seguintes capítulos do livro “Luz na Escola”: Introdução III; Adelino de volta…A saudade é um hino.


Texto extraído da 2ª edição desse livro.

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