O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Presença de Chico Xavier — Depoimentos diversos / Mensagens familiares


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“Não culpem o médico!” n

1-12-1961.

1 Minha querida Marina,
Peço a Deus nos ampare.

2 Apenas um bilhete curto em que consigo pedir calma e paciência a você.
Ajude-me. Não chore mais.

3 Ainda não pude acomodar-me à nova situação.
Em verdade, a sua dor quase me anula.
Ampare-me. Eu também sofro.

4 Não se destroem sonhos da infância que chegam à mocidade, como se apaga uma chama com simples sopro.
Nosso noivado era também o meu futuro.
Os planos e as esperanças que tecemos nós com todo o coração representavam comigo a verdadeira felicidade para a qual seguia confiante.

5 Contudo, Marina, antes de nós está Deus, Deus que é a Lei a presidir-nos a vida.
Sabe assim o Senhor porque devia deixar meu corpo quando esperava continuar.

6 Ainda não pude assentar ideias.
Ouço você e penso em nossas mãezinhas, à maneira de duas crianças amedrontadas.

7 Encontrei amigos, dentre eles, seu pai Eduardo, amparando-me.
Mas estou enfermo, cansado.

8 Se você conseguir paciência, melhorarei mais depressa.
Então, poderei dizer a você porque fui obrigado a deixá-la temporariamente tão cedo.

9 Por agora estou aqui sob o auxílio de vários amigos espirituais, para pedir socorro a você.

10 Ore, confiemos em Jesus.
Não use entorpecentes.
Não tente encontrar-me abandonando o corpo terrestre.

11 A saudade é também uma escola em que as lições são duras de aprender. No entanto, é pela dor que merecemos um dia a divina união.

12 Rogo a você e a todos os nossos não culparem o médico.
Não houve imperícia.
A operação cirúrgica era simples, mas, devia terminar como terminou, conferindo-me a inesperada renovação.

13 Rogo ao Osvaldo me auxilie, ajudando a você.

14 Não chore mais.
Mantenha a atenção na assistência aos nossos que precisam de nós.
Minha mãe, nossa mãe Angelina e todos os nossos necessitam de nossa paz.

15 Confio em você e espero que tudo se transforme em nosso caminho.
Trabalhe, Marina.

16 Há quem sofra muito mais que nós mesmos.
Repare os abandonados e os infelizes.

17 Seja você um raio de luz na noite das criancinhas doentes, uma flor no espinheiro dos que atravessam provações que nós dois não chegamos a conhecer.

18 Dê-me essa alegria. Seja a sua renovação o meu presente de Natal.

19 Esteja convencida de que, assim, estaremos nós mais juntos e você me sentirá ao seu lado, agora mais do que antes.

20 Confiando em você, peço a você receber a esperança e o carinho do seu


Anélio


Elias Barbosa



[1] “Folha de Poços”, de Poços de Caldas, Minas, Ano XVII, nº 2.053, de 23-1-1962. Segundo nos informa o jornal de onde retiramos a presente mensagem, o comunicante Anélio Gilbertoni era natural de Taquaritinga, e sua desencarnação se deu a 21 de setembro de 1961. Chico Xavier psicografou a mensagem na Comunhão Espírita Cristã, de Uberaba, na noite de 1-12-1961, estando presentes, dentre outras, as seguintes pessoas de Poços de Caldas: Ayrton Gouvêa, Lola Henrique, Elza Henrique, Hélio Opípati, D. Yolanda Cardilo, D. Ema Cardilo e o Sr. Basílio Rodrigues de Oliveira, além da noiva de Anélio — Srta. Marina Veloce, seu irmão Osvaldo Veloce e esposa, “os quais afirmaram-se católicos, e não haviam sido apresentados ao médium”. Após a transcrição integral da mensagem, a redação do jornal colocou a seguinte.

NOTA: — Marina, após a sessão, relatou que seu noivo consultou-a se ele devia ou não operar de uma úlcera que trazia consigo, opinando a jovem que o rapaz devia aceitar a intervenção aconselhada. Acontece que em São Paulo, na Beneficência Portuguesa, foi Anélio operado, vindo a falecer dias depois.


Texto extraído da 2ª edição desse livro.

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