O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Presença de Chico Xavier — Depoimentos diversos / Mensagens familiares


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Um filho de retorno n

1 Meu pai, minha querida mãe, venho rogar conformação a todos.

2 Primeiro, peço a bênção de Deus para nós a fim de estarmos obedientes perante a Bondade Infinita que rege a vida.

3 Não me suponham morto, criatura que desapareceu, filho que não volta mais.

4 Ajudem-me. Não sofro senão por vê-los não desesperados mas abatidos, como se a vida devesse parar porque mudei de situação.

5 Lembrem-se de que deixei minha querida Elisabeth e o Alanzinho em meu lugar.
Bete está muito moça ainda. Quase menina, vinte e três anos de esperança!
Pensem, papai e mamãe, quanto me custa vê-la viúva, antes de dois anos após a nossa união.

6 Ainda assim, apesar dos meus conflitos, não estou desanimado. Surgirão caminhos novos.
Minha esposa e meu filhinho serão flores de carinho nos braços que me criaram para o bem.

7 Não chorem, não se sintam amargurados.
Não me recordem debaixo da máquina e nem me vejam desfigurado pelo fogo.
Mentalizem o filho que lhes pede a bênção com a nossa alegria em casa.

8 A morte é um muro de sombra, além do qual nós revivemos e continuamos amando os entes queridos com a ternura de cada dia.

9 Graças a Deus, vim com algum conhecimento da vida verdadeira e isso auxilia a criatura de modo positivo.

10 A princípio, sofri com as primeiras impressões do desastre, mas apliquei o pensamento vivo da fé pelo qual nos revigoramos e nos reconstituímos, por dentro de nós, sem sabermos como.
Nada sei explicar por enquanto, mas vou estudar e melhorar para ser mais útil.

11 Encontrei o vovô Gino e o nosso amigo Batuíra logo que reabri os meus olhos procurando o porquê da ocorrência.
Imaginava-me em sonho, despertando de um pesadelo, mas, gradativamente, tudo compreendi.

12 Peço à minha querida vovó — que considero minha outra mãe — não nos lamente.
Estamos numa hora de confiança em Deus.

13 Tia Iris está igualmente aqui e recomenda-me dizer que está bem.
Assim como me preocupo por Elisabeth e Alan, vejo-a preocupada pelo Ubirajara e pelos filhos queridos, mas, com Deus, não há sombra perpétua, porque Deus é a luz de nossas vidas.

14 Papai, auxilie-me. Não deixe os companheiros sob impressões negativas de sofrimento e morte.

15 Acontecem as provas e quando as provas chegam, o momento é de seguir cada um o seu próprio caminho.

16 Ninguém poderia ter tomado o meu lugar, no instante difícil e eu que entendia tanto de motor, tive de cumprir os desígnios da Lei, em meu próprio benefício.

17 Rogamos a dor antes de tomar corpo na Terra e a dor funciona por mestra de nosso Espírito.

18 Por isso, meu pai, a dor é sempre um benefício.
Nós é que custamos muito a perceber essa verdade.

19 Rogo ao senhor e mamãe velarem por Elisabeth e por nosso filhinho e recordem os outros — os outros entes amados de que Deus formou a nossa família carinhosa e feliz.

20 Recebam com Bete e Alanzinho todo o coração do filho que promete obedecer as Leis de Deus para ser útil sempre e amá-los cada vez mais,


Cláudio Luiz


Elias Barbosa



[1] Mensagem recebida em reunião pública da Comunhão Espírita Cristã, na noite de 3 de abril de 1970, em Uberaba, Minas, achando-se presentes pela primeira vez entre os visitantes da instituição, os pais e a viúva do comunicante, residentes em São Paulo. Cláudio Luiz, o signatário da mensagem, desencarnou em um desastre automobilístico, no dia 29 de dezembro de 1969, e residia em Santo Amaro.


Texto extraído da 2ª edição desse livro.

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