1 Meu querido Romeu,
Jesus nos abençoe.
2 Estou aqui, com a saudade a dominar-me o coração. 3 Sou quase feliz com a proteção e o carinho que vou recebendo de nossos protetores, especialmente dos nossos familiares, mas tenho minha alma ainda naturalmente voltada para a nossa casa. 4 Ainda sofro muito diante das perturbações que o desastre acarretou à nossa vida.
5 A atitude do papai me amargura bastante, pois esperava que ele compreendesse a nossa situação.
6 Não julgue, meu bom Romeu, que o doloroso acontecimento de 10 de setembro pudesse ter sido evitado. Não se suponha culpado. Tudo passou de acordo com os desígnios divinos. 7 Pouco a pouco, vou entendendo… É a nossa dívida do passado que Jesus me permitiu fosse resgatada, a benefício de nossa paz.
8 Tenhamos paciência, meu amigo, e recebamos a realidade com paciência e resignação.
9 Seus olhos vêm merecendo muita atenção de nossos Benfeitores Espirituais e eu mesma, logo que estiver mais forte, ajudarei você na recuperação de suas forças. 10 Ainda nisso, porém, nossos amigos do Alto pedem a você muita serenidade e fé, porque nos sofrimentos de agora, fala o passado, reclamando o pagamento de nossos débitos.
11 Meu querido Romeu, ore por mim, para que eu esteja brevemente fortalecida a fim de amparar nossos filhinhos. Confie em minha dedicação de sempre.
12 Rogo a você desculpar o papai, nas lutas que se criaram, entre ele e nós. Ele ficou desvairado e precisa de nosso apoio e compreensão. Levante o seu ânimo abatido.
13 Preciso de você e de seu carinho. Sinto-me sua esposa e mãe de nossos filhos.
A morte não apaga os sentimentos do coração.
14 Meu bom Romeu, não posso escrever mais. Auxiliada pela nossa mamãe, retiro-me mais aliviada. Necessitava vê-lo mais encorajado e mais tranquilo.
15 Beije nossas flores, nossos queridos pequeninos por mim e receba todo o coração de sua
Nina
Elias Barbosa
[1] Mensagem ao Sr. Romeu Pelá, de Goiânia. O desastre ocorreu em 7 de setembro de 1952, e D. Nina desencarnou a 10-9-1952. O médium Francisco Cândido Xavier psicografou a mensagem ao final da noite de 12-1-1953, em Pedro Leopoldo, Minas. (Dados fornecidos pela gentileza do Professor Múcio Melo Álvares, residente em Goiânia, Estado de Goiás).