1 Recordas, ainda mesmo em plena festa do mundo, enquanto distribuis palavras e sorrisos de gentileza, aqueles que te precederam na Grande Transformação.
2 Esse te deixou as perguntas sem resposta quando lhe tocaste as mãos desfalecentes;
3 aquele se despediu através do último olhar;
4 aquele outro se te ausentou do afeto, à distância, sem que lhe registrasses as palavras de adeus;
5 outro ainda tombou sob os engenhos humanos em louvor do progresso.
6 Entretanto, recolhe na concha da própria alma a fonte das lágrimas que a saudade te desabotoa no coração.
7 Lembra-te deles, acendendo na memória a luz da esperança.
8 Os chamados mortos são vivos em Planos diferentes.
Se aspiras a render-lhes o teu culto de amor, realiza por eles o que desejariam fazer se estivessem contigo.
9 Ninguém te impede chorar, reconhecendo na carência de afeto uma herança comum, a constituir-se de aflição e de pranto.
Ainda assim, se choras, não permitas que a tua dor se faça desespero.
Chora, elevando e construindo, amando e servindo sempre.
10 Onde estiveres, rememorando os que partiram, não olvides que também eles te guardam a imagem no coração.
O pensamento é mensagem com endereço.
11 Os mortos são sempre vivos.
Abençoa-os para que te abençoem.
Auxilia-os, encorajando-lhes a fé e a própria segurança para que te auxiliem.
12 Entre as criaturas da Terra e os habitantes do Mais Além, prevalece ainda o princípio da vida, na lei eterna do amor:
— Dá e receberás.
Meimei