O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Chico Xavier: O Primeiro Livro — Autores diversos

Parte III — Chico Xavier: Psicografia

11

No templo da morte

1 O templo da morte tem portas incontáveis,

Como incontáveis são as almas humanas,

E infinitos seus estados de consciência.


2 Pela porta escura do remorso,

Um dia penetrou os seus umbrais

Uma alma que regressava da Terra.

Lá dentro,

Em nome do Senhor de todos os latifúndios do Universo,

Pontificava o Anjo da Justiça.


3 «Anjo Bom! — disse-lhe a alma súplice —

Eu tenho a minhalma coberta de feridas cancerosas!

Cura-me as chagas purulentas do remorso…

Tenho os meus olhos vendados

E uma treva incomensurável na consciência!

Apaga os meus atrozes padeceres!…»


4 «Filha — respondeu compassivo —,

Para sanar tão estranhas feridas,

Tão amargos pesares,

Só há um recurso:

Volta à Terra!

Lá existe o Regato das Lágrimas,


5 Banha-te nas suas águas cristalinas;

Elas serão o teu bálsamo consolador

E curarão a tua cegueira…

Estás na escuridão absoluta

Pela ausência da luz, do bem na tua alma!

Mas o Anjo da Dor irá contigo;

Ele há-de te guiar através das sirtes do mar encapelado dos sofrimentos,

E te conduzirá ao lugar bendito onde existem as lágrimas salvadoras!…»

E a pobre regressou…

Conduzida pela Dor,

Banhou-se na água lustral dos tormentos,

Submergiu-se no regato encantado, de cuja fonte límpida promana a Salvação.


6 E depois de haver percorrido

Tão tortuosos caminhos,

Inçados de perigos

E de dores amargas,

Reconheceu o luminoso Anjo da Dor…

E nos seus braços magnânimos e compassivos,

Penetrou no templo misterioso da morte

Pela porta maravilhosa da Redenção.


Martha



Na sessão de 30-11-1933.

Essa mensagem foi também publicada pela FEB e é o 3ª soneto do 46º capítulo do livro “Parnaso de Além-Túmulo


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