1 Da morte estranha que devora as vidas,
Eis-me longe dos rudes estertores,
Sem guardar os micróbios homicidas
De eternos atavismos destruidores.
2 Tenho outro ser talhado pelas dores
De minhas pobres células falidas,
Que se putrefizeram consumidas
Com os seus instintos atordoadores.
3 Não sou o homúnculo da hominal espécie,
Da terrígena raça que padece
Das mais pungentes heteromorfias.
4 Mas contérmino à carne, que me aterra,
Envolvo-me nos fluidos maus da Terra,
E sou o espectro das anomalias.
Augusto dos Anjos
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