1 Ó coração, senhor soberbo e altivo,
Porque te desesperas, porque choras?
Porque hás de sonhar com mil auroras,
Quando a dor te agrilhoa e traz cativo?
2 Diz-me pois, coração, porque motivo
Na ampulheta dos dias e das horas,
Mais aumentas tuas ânsias redentoras,
Prometeu, no meu peito redivivo?
3 Redivivo afinal, sê-lo-ás um dia,
Quando a morte estes liames cortando,
Devolver tua essência luminosa,
4 Às paragens de célica harmonia;
Já não serás escravo miserando
Mas, centelha brilhante e esplendorosa!
Francisco Xavier
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