Caro leitor, este livro é uma reprodução da produção manuscrita de meu tio-avô, Sr. Francisco Cândido Xavier, mui carinhosamente conhecido no mundo todo como Chico Xavier.
Conforme ele me contou, começou a escrevê-lo em 1928, na cidade de Pedro Leopoldo, Minas Gerais, na esperança de algum dia publicar, de fato, algum exemplar.
Recebi o volume original das mãos de tio Chico ao final de sua existência terrena, como quem recebe a incumbência de guardar precioso tesouro. Fiel ao compromisso assumido, e aproximando-se o ano de seu centenário, nas comemorações de familiares, amigos e espíritas-cristãos de todo o Brasil, em festa de gratidão, entreguei de boa vontade o magnífico material aos cuidados do amigo Geraldinho Lemos, também estimado amigo de tio Chico e do tronco familiar de vovó Luiza, responsável pela direção da Casa de Chico Xavier em Pedro Leopoldo e do Vinha de Luz – Serviço Editorial.
Este primeiro livro de tio Chico dedicamos à minha avó Luiza, que sempre foi uma luz em nosso caminho. Vovó Luiza tratava tio Chico Xavier com desvelos de mãe e tio Chico dizia que ela era a sua mãe-irmã. Eles dois se amavam e se respeitavam, irradiando paz, alegria, concórdia, fé, esperança e amor em suas ações e palavras dirigidas a todos, indistintamente.
No alvorecer do dia 7 de maio de 1985, às 5 horas, após anos de tratamento da saúde, minha querida vovó Luiza Xavier desencarnou. Velada na sala de sua casa, num ambiente de orações, saudade edificante e esperança cristã, após a prece proferida por tio Chico Xavier – auxiliado por Emmanuel, Dr. Bezerra de Menezes e tio José Xavier –, a vestimenta física de vovó Luiza foi sepultada às 18 horas no Cemitério São João Batista, na cidade de Pedro Leopoldo.
A morte e a vida não separam os que se amam verdadeiramente e meses depois, por meio da psicografia de tio Chico Xavier, vovó Luiza nos informou sobre sua chegada à pátria espiritual numa mensagem esclarecedora e de conforto espiritual e físico para seus familiares, parentes e amigos.
Nessa mensagem, irradiante do perfume das flores da árvore do Evangelho de Jesus Cristo, vovó se dirige a mim como quando encarnada, orientando-me no melhor a fazer e incentivando-me a perseverar no melhoramento de mim mesmo para superar os obstáculos que sempre nos ensinam quando somos pacientes, e nos engrandecem quando nos submetemos à vontade de Deus, que jamais erra.
Querida vovó Luiza, aqui estou com o apoio de mamãe e o auxílio e a assistência imprescindível do nosso nobre amigo Geraldinho Lemos Neto, realizando o que a senhora me disse em maio de 1968: “Sérgio, um dia, meu filho, você escreverá livros que serão de grande valia para muita gente, mas não se esqueça das nossas prosas com Chico, quando ele nos falou que a humildade, a educação, o silêncio, as palavras de fé e esperança, a prece e a caridade incondicional devem reger nossas vidas em qualquer situação e lugar”.
Não me esqueci, vovó Luiza, e é com o coração pleno de gratidão que este nosso livro é uma homenagem à senhora, que foi, é e sempre será a representante de nossa divina mãe Maria de Nazaré em nossas vidas.
Pedindo hoje, como em todos os dias, a sua bênção, vovó Luiza, peço-lhe também abraçar a todos os nossos daí, endereçando-lhes as nossas vibrações de paz, gratidão, saudade e harmonia nas bênçãos do amor de Jesus Cristo.
O seu neto agradecido, sempre e cada dia mais seu,
Sérgio Luiz Ferreira Gonçalves
Pedro Leopoldo, 19 de fevereiro de 2010.