I
Dona Custódia, chorando,
Chega de passo cansado…
Timbolão mais parecia
Um boneco ensanguentado…
II
Para limpar o nariz,
Trouxeram enorme fronha
O sangue corria em bica.
A queda fora medonha.
III
Gritava e chorava tanto,
E parecia tão mal,
Que foi conduzido à pressa
Para o leito do hospital.
IV
O médico examinou,
Demonstrando inquietação.
Depois, falou muito aflito:
— Coitado do Timbolão!
V
Ele partira dois dentes,
Estava de testa inchada,
E tinha a perna direita
Toda ferida e quebrada.
VI
Envolvido de ataduras,
De olhar triste e cara fina,
Começou tomando soro
E muita penicilina.
VII
Mas a perna piorava
E era tanta a inflamação,
Que o doutor, sem mais demora,
Decidiu a operação.
VIII
Timbolão, atado à mesa,
Gemia desesperado,
Mas lembrando, sempre e sempre,
Que ele mesmo era o culpado.
IX
Terminado o tratamento,
Parecia novo em tudo,
E abraçava a mamãezinha
Com grande atenção no estudo.
X
Infelizmente, o menino,
Por haver sido tão mau,
Conquanto agora bonzinho,
Ficou com perna de pau.
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