Cap. VIII — Item 13.
1 Tiveste hoje motivo de reclamar.
No entanto, perdoa e serve sempre.
Medita e perceberás o problema dos outros.
2 Alguém levantou a voz, procurando ferir-te…
Mas não lhe viste as marcas da enfermidade com que talvez amanhã se recolha à sombra do hospício.
3 Esse passou renteando contigo, fingindo não ver-te…
Pensa, contudo, que, dentro de breves dias, possivelmente buscará, em vão, esconder os sulcos das próprias chagas.
4 Aquele te furtou, roubando a si mesmo.
Aquele outro julga enganar-te, quando ilude a si próprio.
5 E há quem se suponha colocado tão alto que não teme oprimir-te, para cair, em breve tempo, sob o golpe da morte.
6 Perdoa a tudo e a todos, infatigavelmente, porque os ofensores de qualquer condição carregam consigo o remorso, como espinho de fogo encravado no próprio ser.
7 Toda criatura necessita de perdão, como precisa de ar, porquanto o amor é o sustento da vida.
8 Não permitas, porém, que o perdão seja apenas um som musical nos movimentos da língua.
9 Reflete quantas vezes tens errado também, reclamando entendimento e tolerância, e esquece toda ofensa, recomeçando a servir ao lado de teus irmãos.
10 Lembra-te, acima de tudo, de que, perdoando, a bênção de Deus consegue descer até às lutas da alma e que somente perdoando é que a alma consegue elevar-se para a bênção de Deus.
Meimei