Cap. XIII — Item 5.
1 Senhor!
Quando alguém estiver em oração, referindo-se à caridade, faze que esse alguém me recorde, para que eu consiga igualmente ajudar em teu nome.
2 Quantas criaturas me fitam, indiferentes, e quantas me abandonam por lixo imprestável!…
3 Dizem que sou moeda insignificante, sem utilidade para ninguém; contudo, desejo transformar-me na gota de remédio para a criança doente. 4 Atiram-me a distância, quando surjo na forma do pedaço de pão que sobra à mesa; no entanto, aspiro a fazer, ainda, a alegria dos que choram de fome. 5 Muita gente considera que sou trapo velho para o esfregão, mas anseio agasalhar os que atravessam a noite, de pele ao vento… 6 Outros alegam que sou resto de prato para a calha do esgoto, mas, encontrando mãos fraternas que me auxiliem, posso converter-me na sopa generosa, para alimento e consolo dos que jazem sozinhos, no catre do infortúnio, refletindo na morte.
7 Afirmam que sou apenas migalha e, por isso, me desprezam… Talvez não saibam que, certa vez, quando quiseste falar em amor, narraste a história de uma dracma perdida ( † ) e, reportando-te ao reino de Deus, tomaste uma semente de mostarda por base de teus ensinos. ( † )
8 Faze, Senhor, que os homens me aproveitem nas obras do bem eterno!… E, para que me compreendam a capacidade de trabalhar, dize-lhes que, um dia, estivemos juntos, em Jerusalém, no templo de Salomão, entre a riqueza dos poderosos e as joias faiscantes do santuário, e conta-lhes que me viste e me abençoaste, nos dedos mirrados de pobre viúva, ( † ) na feição de um vintém.
Meimei