Cap. V — Item 4.
1 Deus é amor invariável e o amor desafivela os grilhões do espírito.
2 Se há repouso na consciência, a evolução da alma ergue-se, desenvolta, dos alicerces insubstituíveis do sacrifício.
3 Quem não se bate pelo bem, desce imperceptivelmente para as fileiras do mal.
4 Junto à correção sempre existe o desacerto, exaltando o mérito do dever na conduta digna.
5 Identifique, na dificuldade, o favor da Providência Divina para dilatar-lhe a paz, sentindo, no imprevisto da experiência mais grave, o fulcro de incitamento à perseverança na boa intenção e vendo, na tibiez de quantos imergiram na invigilância, o exemplo indelével daquilo que não deve ser feito.
6 Quanto maior a sombra em torno, mais valiosa a fonte da luz.
7 Desse modo, a alegria pura viceja entre a dor e o obstáculo; 8 a resignação santificante nasce em meio às provas difíceis; 9 a renúncia intrépida irrompe no seio da injustiça das emulações acirradas, 10 e a pureza construtiva surge, não raro, em ambiente de viciação mais ampla.
11 Eis por que, em seu círculo pessoal, se entrecruzam mensagens importantes e diversas a lhe doarem o estímulo e a consolação, o entendimento e a claridade de que você carece, para ajustar-se espiritualmente através das lides variadas de cada instante.
12 O chefe irritadiço é instrumento providencial da corrigenda.
13 O companheiro problemático deixa-nos livre caminho à sementeira da fraternidade sem mescla.
14 O engano é precioso contraste a ressaltar as linhas configurativas da atitude melhor.
15 A tortuosidade do caminho demonstra a excelência da estrada reta.
16 Faça, pois, do momento que transcorre, a lição recolhida para o momento a transcorrer, verificando quantas vezes, em vinte e quatro horas, você é requisitado a auxiliar os semelhantes, e não regateie cooperação.
17 Na oficina de trabalho, buscam-lhe a gentileza no amparo de muitos corações que se sentem ao desabrigo.
18 Na via pública, esbarram-lhe o passo, companheiros que vão e vêm buscando encontrar o sorriso que você pode ofertar-lhes como incentivo à esperança.
19 No recesso do lar, o alvorecer encontra-lhe a presença, em novas possibilidades de exaltar a confiança nos Desígnios da Altura.
20 Na conversação comum, requisições ostensivas auscultam-lhe a disposição de estender conhecimento e virtude, na enfermagem das chagas morais entrevistas na modulação das vozes e nos traços dos semblantes, afora variegados ensejos de assistir o próximo, a lhe desafiarem a eficiência e a vigilância, tais como a necessidade interior estampada no silêncio do visitante, o azedume do colega menos feliz, o doente a buscar-lhe os préstimos, o sofredor a rogar-lhe compreensão, a abordagem da criancinha desvalida, a surpresa menos agradável, a correspondência a exigir-lhe a atenção ou o noticiário intranquilo que a imprensa propala.
21 Pureza inoperante é utopia igual a qualquer outra, e, em razão disso, ignorar a poça infecta é manter-lhe a inconveniência.
22 Não menospreze, assim, a lição do momento, na certeza de que renovamos ideias, experiências e destinos, cada dia, segundo as particularidades das manifestações de nosso livre arbítrio.
André Luiz