Cap. XVIII — Item 7.
1 Sofres pedindo alívio e inebrias-te na oração, como quem sobe ao Céu pela escada sublime da bênção…
2 Rogas a presença do Cristo.
Todavia, não encontras o Mestre, diante de quem te prostrarias de rastros.
3 Sabes, porém, que nas Alturas os Braços Eternos te sustentam a vida e, enquanto te enterneces na melodia da confiança, sentes que tua alma se coroa de luz, ao fulgor das estrelas.
4 Suplicas, em prece, a própria felicidade e a felicidade dos que mais amas, obtendo consolo e refazendo energias…
5 Contudo, quando voltares da divina excursão que fazes em pensamento, desce teus olhos no vale dos que padecem.
6 Surpreenderás aqueles para quem leve migalha de teu conforto expressará sempre, de algum modo, a aquisição da perfeita alegria.
7 Os mutilados em pranto oculto, os enfermos deixados aos pesadelos da noite, os infelizes em desespero e os pequeninos que se amontoam ante o lar de ninguém…
8 Descobrindo-os, decerto não lhes alongarás apenas o olhar dorido, mas também as próprias mãos, aprendendo a redentora ciência de auxiliar.
9 Compreenderás então que podes igualmente distribuir na Terra o tesouro de amor que imploras do Céu, e quem sabe?
10 Talvez hoje mesmo, penetrando o quarto sem lume de algum doente que o mundo esqueceu no catre da angústia, encontrarás o Senhor, velando-lhe as horas, a dizer-te com ternura inefável:
— “Para que me chamaste?
Eu estou aqui.”
Meimei