1 Na Esfera imediata à moradia humana, porém, o problema da linguagem é daqueles que mais nos afligem o senso íntimo.
2 O idioma simbólico prevalece, com efeito, para as grandes comunidades dos Espíritos em mais nobre ascensão.
3 O império da arte pura é aí a sublimação permanente da Natureza.
4 A música diviniza a frase e a pintura acrisola a imagem, esculpindo-se monumentos que f alam e gravando-se poemas que fulguram, através da associação de cores e sons, no assombroso quimismo do pensamento.
5 Entretanto, essa residência de numes, semelhante aos Campos Elísios da tradição mitológica, situa-se muito além do lar humano em que nos florescem as esperanças.
6 Ainda aqui, aos milhões, não obstante se nos descerrem horizontes renovadores, achamo-nos separados pela barreira linguística.
7 Vanguardeiros do progresso, como é justo, adquirem contacto com idiomas nobres ou dominam dialetos, ali e acolá; isso, no entanto, com reduzido rendimento no trabalho educativo que se propõem efetuar.
8 Para isso, os mais credenciados, do ponto de vista moral, reencarnam-se nos países e regiões que lhes granjeiam devoção afetiva, com sacrifício participando do patrimônio cultural que os caracteriza, gastando decênios para a esses torrões ofertar esse ou aquele recurso de aperfeiçoamento às próprias concepções,
9 Isso porque a palavra pronunciada ou escrita é e será ainda, por milênios, o agente de transmissão dos valores do espírito, estabelecendo a comunhão das almas, a caminho da Grande Luz, nas zonas de aprendizado em que se nos desenvolvem as lutas evolutivas.
Francisco Valdomiro Lorenz