1 Não atires as joias cintilantes da sabedoria ao ignorante, mas não te esqueças de oferecer-lhe a bênção do alfabeto, para que diminua a miséria espiritual do mundo, desde hoje.
2 Não te percas em longos discursos sobre a glória do bem, ao lado do irmão infeliz que se fez malfeitor contumaz, entretanto, não negues a semelhante desventurado o braço fraterno, a fim de que ele possa elevar-se das profundezas do abismo.
3 Não te alongues em considerações excessivas sobre a virtude, junto da mulher, nossa benfeitora e nossa irmã, que resvalou para o despenhadeiro dos grandes infortúnios morais; todavia, não lhes subtraias o incentivo ao retorno da vida para a dignidade espiritual no trabalho e no bem a que todos nos achamos destinados.
4 Não arrojes o tesouro das revelações divinas ao transeunte que passa, cujo íntimo ainda não conheces; contudo, não olvides a necessidade de simpatia e de carinho, com que nos compete ajudar ao forasteiro, de vez que, um dia, seremos estrangeiros em outras regiões e em outros climas.
5 Não te precipites no pântano, mas ajuda-o a tornar-se produtivo, habilitando-o a receber valiosas sementeiras em próximo futuro.
6 Não confies as tuas plantas selecionadas à esterilidade dos espinheiros; no entanto, auxilia a terra, removendo-os, convenientemente, a fim de que o solo hoje infeliz possa, amanhã, surgir renovado ao toque de teu esforço.
7 Não cesses de ajudar, construindo e elevando para o bem infinito.
8 “Não atires pérolas aos porcos” ( † ) — proclamou o Divino Mestre; entretanto, essa afirmativa não nos induz a esquecer o alimento que devemos a esses pobres animais.
9 A leviandade, a ignorância, a perturbação, a desordem, a incompreensão e a ingratidão constituem paisagens de trabalho espiritual, reclamando-nos atuação regeneradora.
10 Não olvidemos a palavra do Senhor, quando nos asseverou, convincente: — “Meu Pai trabalha até hoje e eu trabalho também”. ( † )
Emmanuel
(Reformador, outubro de 1953, página 245)