1 Caiu Nhô Chico morto, ao fim da janta,
Papou tatu ervado e foi caipora.
O povo segue o enterro, reza e chora:
— “Coitado de Nhô Chico Couro D’Anta!”
2 O avarento vivia de penhora.
Sovinaria nele era já tanta,
Que engastalhava o cuspe na garganta
Com pena de jogar o cuspe fora…
3 Mas Nhô Chico sabia tanto ensino!
Assunto o céu sereno e não atino
Por onde sobe ele e se agasalha…
4 Pasmo, vejo o caixão roxinho perto;
Nhô Chico está no corpo, de olho esperto,
Caçando aflito um bolso na mortalha…
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