1 Toc, toc… vai lá Adão Passoca,
— Coronel da fazenda enorme e rica, —
Vai cobrar uma conta da botica
À pobre cozinheira Nhá Candoca.
2 A velhinha, deitada na maloca,
Pede prazo mais longo… Chora e explica.
Sente febre, tem fome, sua em bica,
Almoça e janta milho de pipoca…
3 O Coronel nervoso ergue o cajado,
Esbraveja mostrando o punho irado
E, a expulsá-la da choça, espuma e berra…
4 Mas de tanto gritar, rude e mordente,
Por noventa cruzeiros simplesmente,
Cai fulminado e roxo sobre a terra.
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